Reciclagem avança, mas falta apoio da população para coleta seletiva
A reciclagem em Marília – em fase experimental – passa por vários desafios. Um deles é desenvolver na população conhecimento sobre a separação, o acondicionamento de resíduos sólidos e até os tipos de materiais que servirão à reciclagem.
Materiais sujos com restos de alimentos ou inadequados ao perfil das cooperativas e associações da cidade atrasam a coleta, inviabilizam a remoção e reduzem os ganhos das famílias que vivem dos recicláveis.
A ação educativa é urgente, já que em pouco mais de um ano de implantação, a cidade conta com 14 Locais de Entrega Voluntária (LEVs), espalhados por todas as regiões. Os populares ecopontos estão por toda parte, grande parte deles é operada em parceria com coletores já organizados.
Mas muito além dos alertas de mau uso das unidades de coleta, o município também iniciou esforços para orientar a população sobre o que deve [ou não] ser descartado nas caselas espalhadas pela cidade.
VOCÊ SABIA?
O isopor não é um material viável para a reciclagem, ao menos para as cooperativas, associações e coletores que trabalham em menor escala. Embora seja considerado prejudicial ao meio ambiente, o polímero não agrega valor à coleta.
Por isso, embalagens de marmitex, isopor usado para proteção de encomendas ou produtos novos (na caixa) podem ter seu volume reduzido e devem ser acondicionados com os materiais que serão recolhidos pela coleta domiciliar.
As embalagens plásticas metalizadas – como, por exemplo, as utilizadas para salgadinhos – também são inviáveis para microssistemas de reciclagens em Marília.
Caixas e outros formatos de longa vida podem ser usadas para receber pequenas plantas, artesanato e até para cobrir casinhas de cães, visando proteção aos pets, mas não servem para a coleta seletiva na cidade.
Chefe de meio ambiente em Marília, Cassiano Leite, explica que apesar de viável, a reciclagem das embalagens plásticas metalizadas é dificultada pela mistura de diversos componentes prensados, que possuem características físicas e químicas diferentes.
Não há nos grupos de coleta em Marília, cooperativas e associações com tecnologia para viabilizar aproveitamento deste tipo de embalagem. O melhor a fazer – caso não haja alguma ação que dê nova utilidade – é compactar e colocar no lixo doméstico.
A lista de não recicláveis é grande e inclui tomadas, cabo de panelas, papel celofane, acrílico, espelhos, porcelana, esponjas de aço, latas e qualquer metal enferrujado. Papel higiênico e outros papéis com sujeiras devem ser descartados com os orgânicos.
EXPANSÃO
Além de implantar – com recursos próprios ou parceiras – as estações de coleta seletiva pela cidade, a Prefeitura também apoia ações da sociedade civil. É o caso da Cooperativa de Trabalho de Materiais Recicláveis – Recicla Marília – que realiza o serviço na zona Norte do município, casa a casa, em dias e horários preestabelecidos.
A entidade busca parcerias com administradores de condomínios e empresários da idade, para expansão das ações socioambientais.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 9 9878-9034 [clique aqui para iniciar uma conversa] com a presidente, Eliana Eurinídio.
Outra ação que também busca expansão é o Projeto EcoEstação, idealizado pelo ativista Ademar Aparecido de Jesus, o Dema. A iniciativa foi responsável pela implantação dos primeiros LEVs na cidade, em parceria com a iniciativa privada.
A associação já conta com uma unidade específica para a reciclagem de vidros, na zona Norte da cidade, além da coleta diária de vários ecopontos. Os coletores têm feito frequentes apelos nas redes sociais, para que a população ajude a conservar e bem utilizar as estruturas de entrega voluntária.
Mais informações sobre o Projeto EcoEstação podem ser obtidas pelo telefone 14 9 9689-9101 [clique aqui para iniciar uma conversa].
Para saber onde tem uma unidade mais próxima para descarte, basta acessar a plataforma Onde Descartar e conferir as informações inseridas com ferramentas de georreferenciamento.