A leitura e a escrita como formas de inclusão
Ainda estava muito nítido na minha mente a trajetória de vida do precursor do taekwondo no Brasil, que para orgulho de nossa cidade, escolheu Marília para viver e se estabelecer, quando comecei a colocar no papel as ideias da crônica desta semana.
As palavras de entusiasmo transmitidas por Kun Mo Bang, o grão-mestre da arte marcial coreana que desde 1971 está radicado em Marília após deixar a Coreia do Sul, sua nação e terra natal, me animaram a escrever sobre os desafios do recém-fundando Lions Clube Marília Literário “Osório Alves de Castro”.
Iniciativa sugerida pelo companheiro e jornalista Marcos Zaparoli, leão que se dedica intensamente ao distrito que abrange Marília e ao Lions Terceiro Milênio, com o total apoio da ex-governadora distrital de Lions Clube (LC-8) Marli Minetto, o Lions “Osório Alves de Castro” surgiu como o primeiro clube de interesse focado na literatura. O patrono, Osório Alves de Castro, viveu em Marília entre os anos de 1940 e 1960, onde trabalhou como alfaiate e se destacou entre os intelectuais da época, exercendo também a liderança política. Consistiu num dos principais formadores de opinião do período, tanto que sua alfaiataria, a Rex, localizada na rua Nove de Julho, bem no coração comercial de Marília, era conhecida como o Senado da época.
Osório escreveu e publicou “Porto Calendário”, obra colossal que levou de quebra o prêmio Jabuti de 1962, época em que estavam com o facão afiado no corte literário gênios do calibre de Guimarães Rosa, Jorge Amado, Raquel de Queiroz, Clarice Lispector e Ricardo Guilherme Dicke. Prosadores de peso que forjaram a Literatura brasileira do Século passado.
Bang, que forjou o taekwondo no Brasil ao lado de outros dois conterrâneos exímios mestres internacionais desta arte marcial, transmitiu a seguinte mensagem ao ser homenageado pelo Conselho da Educação Física Empreendedora, da Acim, a Associação Comercial e Industrial de Marília: “Tenham a formação, tenham a paciência e a persistência. Cheguei a dar aula só para dois alunos durante meses e mesmo assim não desisti de ensinar o taekwondo”. Grande ensinamento, sábias palavras de um autêntico mestre. Formação, paciência e persistência também eram palavras de ordem na vida de Osório Alves de Castro, que já era um homem bem maduro quando viu seu “Porto Calendário” numa prateleira de uma livraria.
O Lions Literário que leva o seu nome está sob a minha presidência e a recebi com muita honra e gratidão. Os tempos não estão fáceis para o voluntariado. Contudo, busco na persistência e na paciência as fontes de entusiasmo para prosseguir.
Neste espaço semanal que o Marília Notícia me concede para abordar a literatura e a cultura, de um modo geral, apresento o Lions Clube Marília Literário “Osório Alves de Castro”, que tem em sua base de trabalho a inclusão através da leitura e da escrita. Reitero que o clube não é exclusivo para escritores, poetas, educadores e intelectuais, mas para todos leitores e pessoas que amam ler, escrever e viver.
Quem desejar participar, estou à disposição para mais informações. O meu e-mail para contatos e mensagens é: ramonimprensa@gmail.com.