‘Quintana sofreu uma pausa em seu crescimento, no período que fiquei fora’, afirma Itapuã
Atual prefeito de Quintana, Fernando Itapuã Branco Nunes (PSD), de 44 anos, busca reeleição no Executivo e consequentemente seu quarto mandato nas eleições municipais deste ano. O chefe do Executivo conta com o apoio do PL, PP, PSDB e Podemos, além do próprio PSD.
Itapuã compõe a chapa majoritária ao lado da candidata a vice, a técnica de enfermagem Clarice Porto (PSDB). A convenção partidária deste sábado (3) também confirmou 40 nomes para a disputa no Legislativo.
O entrevistado desta semana do Marília Notícia comenta assuntos polêmicos, como a mudança de lado político da atual vice-prefeita Luiza Relvas (Republicanos) – que vai concorrer contra Itapuã – e sobre a instalação de uma indústria que deve gerar 300 empregos na cidade.
Atualmente, Quintana tem mais de sete mil habitantes e conquistou ao longo dos últimos anos grande valorização imobiliária. “Pela qualidade de vida, oportunidades de emprego e saúde pública eficaz, muita gente da região procura casa para morar em Quintana”, destaca o chefe do Executivo.
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MN – Na sua primeira gestão como prefeito, que teve início em 2009, você encontrou uma Quintana com problemas financeiros? Como foi o trabalho para recuperar as finanças da Prefeitura e os convênios com o Estado e União?
ITAPUÃ – Recuperamos a credibilidade política e financeira de Quintana. Resolvemos as pendências com os fornecedores, zelando pelo dinheiro público e dentro de uma responsabilidade fiscal. Com isto, a Prefeitura recuperou ainda os investimentos, por meio de convênios com o Estado e Governo Federal, e assim Quintana avançou em todas as áreas. O município dobrou de tamanho.
MN – É verdade que houve uma valorização imobiliária?
ITAPUÃ – Sim. No passado, era mais caro pagar o IPTU do que o valor do terreno na cidade. Depois que assumi, desenvolvemos um trabalho para tirar Quintana do buraco e das dívidas. Investimos em educação, lazer, infraestrutura urbana, saúde, habitação, social, renovamos a frota e trouxemos mais empregos para a cidade. Nossos postos de saúde hoje, por exemplo, têm tamanho de hospital. Este trabalho fez com que as pessoas da região migrassem para Quintana, em busca de qualidade de vida, menos impostos e serviços públicos que funcionam.
MN – Você reformou a Santa Casa recentemente?
ITAPUÃ – Reformamos sim a nossa Santa Casa de Quintana, que voltou a funcionar em sede própria neste sábado (3). Temos laboratório próprio em parceria com a iniciativa privada. A Saúde Municipal está funcionando com bastante eficácia, para melhor atender a população.
MN – O que te motiva a ser candidato a reeleição? O que falta acontecer em Quintana?
ITAPUÃ – Uma cidade em pleno desenvolvimento precisa de bastante obra, ainda há muito a ser feito. Fui prefeito duas vezes seguidas, em oito anos, e depois senti que Quintana sofreu uma pausa em seu crescimento, no período que fiquei fora. O município parou no tempo. Estava na direção regional da CDHU em 2020, quando fui motivado a deixar o cargo para voltar a disputar uma eleição, com a finalidade de retomar o crescimento de Quintana. Então pude investir em mobilidade urbana e num novo Parque Industrial, para trazer novas indústrias. Construímos um novo bairro, o São José, e voltamos a avançar em áreas primordiais para o crescimento e desenvolvimento do município.
MN – O Parque Industrial trouxe alguma indústria especial para geração de empregos? Quer destacar o nome?
ITAPUÃ – A Orion Tecnologia e Sistemas Agrícolas está se instalando em Quintana e vai gerar 300 novos empregos. É uma grande conquista para nosso povo. Viabilizamos ainda 32 concessões para a instalação de micro, médias e pequenas empresas na cidade. Hoje, Quintana tem dois parques industriais.
MN – Voltando à seara política. Você é amigo pessoal do Gilberto Kassab, presidente nacional do seu partido, o PSD, e atual secretário estadual de Governo. Isto facilita seu trânsito no Governo do Estado para trazer recursos?
ITAPUÃ – Com certeza. Ajudei a fundar o PSD junto com Kassab e minha candidata a vice-prefeita, a Clarice. Sempre fui companheiro de política do ex-deputado federal Walter Ihoshi, que atualmente ocupa o cargo de diretor regional de Convênios, dentro do governo do Tarcísio de Freitas. Sou amigo pessoal do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). Conheço vários deputados e senadores, além da amizade com o governador [Tarcísio de Freitas – Republicanos].
MN – O partido do governador, o Republicanos, lançou a candidatura a prefeito do seu concorrente, o Nilton Silvério. Esta decisão atrapalha sua relação com Tarcísio?
ITAPUÃ – Não. Meu concorrente estava filiado ao PV até março deste ano. O PV, para quem não sabe, é federado com o PT. Nada contra o PT, mas agora ele quer usar a imagem do governador para se promover, dentro de uma estratégia de marketing. Eu sempre fui de um lado só. Nunca mudei de lado. Não tenho marketing, tenho história.
MN – E sobre a atual vice-prefeita, Luiza Relvas, ter pulado de lado? Agora ela é candidata a vice do Nilton Silvério. Te incomoda?
ITAPUÃ – Nenhum pouco. Ela tem o direito dela. Isto se chama democracia. Quando uma pessoa não se sente bem dentro de um grupo político, ela tem o direito de mudar. Respeito a decisão da Luiza. Há quatro anos, ela fez campanha contra o Nilton e, agora, vai fazer campanha contra mim. Quem sabe daqui mais quatro anos, ela não volta para meu lado novamente. Será bem-vinda! [risos].
MN – Seu filho único, o Fernando Miguel, jovem de 23 anos, pensa em entrar para a política? Você planeja prepará-lo com sua experiência?
ITAPUÃ – Meu filho se formou em Direito e já exerce a profissão. Meu foco no momento está na reeleição para continuar ajudando Quintana com um governo popular, pensando diariamente em projetos para a cidade e população. Não vou participar das eleições pensando em manutenção de poder. Meu pensamento é para mais quatro anos, focando em saúde de qualidade, geração de empregos por meio do polo industrial que estamos consolidando e nas ações sociais. Nós instalamos, por exemplo, uma Casa de Apoio em Marília, para acolher os pacientes de Quintana que passam por tratamento médico no Hospital das Clínicas (HC). Pensamos nas pessoas em primeiro lugar.
MN – Aproveitando que você falou sobre a Casa de Apoio. O serviço tem grande procura diariamente?
ITAPUÃ – Sim. A Prefeitura de Quintana ainda adquiriu um veículo [Toyota] Corolla zero km, para transportar com conforto nossos pacientes até Marília e outras cidades para tratamento e realização de exames diversos. A Casa de Apoio está sendo bastante utilizada também por pacientes de outros municípios da região. É uma casa perto do HC com quatro quartos, seis banheiros, cozinha e salas de espera, além de assistência de uma enfermeira. É uma forma de ajudar as pessoas que precisam passar por uma quimioterapia, radioterapia ou tratamento mais agressivo. Essas pessoas enfrentam muitas vezes, além de enfermidades, horas e horas de viagem dentro de um ônibus e muitas vezes não têm dinheiro para comer algo e não têm onde ficar para descansar. Elas podem ficar na Casa de Apoio com refeição, café da manhã e em áreas de descanso, enquanto aguardam o horário de atendimento médico. A casa acolhe pacientes de Quintana, mas também deixamos pessoas de outras cidades usufruírem do espaço.
MN – Para finalizar, pode falar em primeira mão quando será a próxima Festa do Peão de Quintana?
ITAPUÃ – Claro. Nossa festa será realizada nos dias 29 e 30 de novembro, e 1º de dezembro. Vamos comemorar o aniversário da cidade, com shows das duplas Antony e Gabriel e Felipe e Rodrigo, e rodeio organizado pela companhia ACR. Estamos preparando uma surpresa para a população. Em breve, vamos anunciar mais um show, um grande artista. Será de arrepiar!
MN – A festa terá entrada gratuita todos os dias?
ITAPUÃ – Sim. A edição da Festa do Peão de Quintana deste ano tem uma comissão organizadora presidida pelo amigo José Estambão. A praça de alimentação não será terceirizada e pertencerá aos trabalhadores de Quintana, que vão vender seus alimentos e bebidas nas barracas. Os camarotes serão servidos por restaurantes da cidade e não serão destinados a políticos. Os camarotes vão ser ocupados por cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, deficientes físicos, idosos e gestantes. Camarote não é para vereador e prefeito. Camarote é do povo. Os preços das bebidas também não serão abusivos. Nossa festa tem que ser popular. Se investimos dinheiro público no evento, não podemos vender a praça de alimentação para empresas que são de fora. A festa é de Quintana!
MN – Você pode nos antecipar o nome desse grande artista que vai compor a programação da festa?
ITAPUÃ – Estamos em fase de negociação [risos].
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