Madrugada que terminou em morte envolveu bebida, cocaína e menores
Detalhes do caso registrado como sequestro e cárcere privado, lesão corporal e estupro de uma adolescente de 16 anos, que culminou na morte do suspeito dos crimes em acidente de trânsito, revelam possível uso de bebida alcoólica e consumo de entorpecentes pelo homem de 28 anos. O acusado morreu no final da tarde desta quinta-feira (4) no Hospital das Clínicas (HC) de Marília.
O acidente aconteceu logo pela manhã do mesmo dia na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), próximo ao viaduto do Coimbra, na zona oeste da cidade. A colisão provocou caos no trânsito e teve desdobramentos surpreendentes ao longo do dia.
‘ROLÊ FATAL’
Segundo informações apuradas pelo Marília Notícia, a vítima da suposto estupro estava na companhia de outras três adolescentes – incluindo a própria irmã de 12 anos. Elas estavam sentadas na Praça São Miguel, por volta da 0h, quando foram abordadas pelo condutor do Volkswagen Fox, sendo convidadas para entrarem no veículo.
Durante o passeio, que durou quatro horas, o suspeito teria adquirido cachaça em uma adega. A informação passada para a Polícia Civil é que somente ele teria consumido a bebida alcoólica. Depois disso, eles teriam seguido para uma lanchonete, onde consumiram uma porção de batata frita.
O suspeito ainda teria ido até uma ‘biqueira’ na favela da Vila Barros, na zona norte, e comprado cinco porções de cocaína. A vítima e as testemunhas novamente afirmaram que somente o acusado havia consumido as drogas.
Após isso, o homem teria ido com o veículo em direção a Padre Nóbrega, para levar duas adolescentes embora. As irmãs pediram para que também fossem levadas para casa, mas ele teria proposto que uma delas tivesse relações sexuais com ele. As garotas não teriam aceitado.
Segundo a vítima, o suspeito se irritou com as duas, sentindo-se enganado por ter pagado uma porção de batata frita e não conseguir obter sexo em troca.
Quando o carro estava estacionado nas imediações da creche “Um, Dois, Feijão com Arroz”, próximo ao Jardim Aquarius, na zona oeste, a menina de 12 anos conseguiu sair do veículo, mas a irmã foi segurada pelo braço e impedida.
A adolescente em fuga foi para casa e avisou a mãe. Já a irmã de 16 anos, conforme a denúncia, foi levada para um local ermo em Padre Nóbrega. Com o carro estacionado, o suspeito teria proposto sexo oral e feito investidas mais agressivas, acariciando a menor nas partes íntimas e a agredindo, diante da recusa.
A garota relatou ter reagido e desferido pontapés no rapaz, o que permitiu que ela fugisse do carro. Ela recebeu ajuda de um morador de uma chácara próxima, que teria pedido para não ser identificado no caso (não ser envolvido). A mãe foi acionada e a menor resgatada para registro da ocorrência policial.
O homem que se envolveu horas depois no acidente de trânsito na contramão de direção, em circunstâncias que seguem sob apuração, foi reconhecido como suposto autor da agressão sexual.
Conforme apurou o MN, embora preso em flagrante pelos crimes de estupro, lesão corporal e cárcere privado, ele não chegou a ter consciência da prisão pelo grave estado de saúde que estava após o acidente.
Vale ressaltar a lei considera estupro qualquer ato sexual (conjunção carnal ou outros atos libidinosos) praticado com alguém mediante o uso de violência ou grave ameaça. É importante destacar que, conforme alterações na legislação (Lei nº 12.015/2009), a definição de estupro passou a incluir também a conjunção carnal e outros atos libidinosos, e não mais somente a conjunção carnal, como era anteriormente.
Mesmo com a posterior morte do rapaz – com evidente extinção de punibilidade -, um inquérito da Polícia Civil foi instaurado para apurar todos os detalhes do caso.
* Esta reportagem foi elaborada em parceria com o jornalista Alcyr Netto
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