Quaresma tem início nesta Quarta-feira de Cinzas com programação em Marília
O período de 40 dias da quaresma tem início nesta Quarta-feira de Cinzas (14), com programação religiosa nas igrejas católicas de Marília. Momento marca a trajetória de oração de Jesus no deserto e, ao final, conta com a tradicional Encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo no Parque do Povo, zona sul da cidade.
De acordo com o padre Pedro Faustino, o Carnaval, segundo a tradição religiosa, antecede a quaresma como a “festa da carne”. “Os cristãos faziam uma grande festa e comemoravam antes da quaresma, porque depois ficavam 40 dias sem poder comer carne. Conforme a bíblia, a mudança na alimentação contextualizava este período de pouco mais de um mês de oração”, explica.
Segundo o religioso, a igreja recomenda que nas quartas-feiras e sextas-feiras as pessoas façam abstinência da carne para poder viver esse jejum. Os fiéis também costumam cortar algum tipo de alimento específico durante os 40 dias.
“Qual o motivo do termo ‘Quarta-feira de Cinzas’? A cinza simboliza este retorno ao Senhor. Em Gênesis 3.19, a bíblia diz: ‘tu és pó e ao pó há de voltar’. E o livro do profeta Joel fala: ‘voltai ao Senhor com jejum os corações, rasgai o coração, não as vossas vestes’. Então, a cinza nos mostra e nos remete à conversão, à mudança, ao pó e ao nada”, detalha.
Na celebração desta quarta-feira, o padre coloca o pó sobre os fiéis. “Este gesto é para lembrar: ‘olha, tu é pó, e ao pó um dia há de voltar’. É hora de preparação, conversão, mudança, caridade, penitência, jejum e oração. Tudo simboliza a passagem de Jesus pelo deserto, quando enfrentava tentações. Nós precisamos estar em oração, pois as pessoas também passam por dificuldades, crises e lutas. A oração na quaresma nos ajuda a vencer estes obstáculos e lutas diárias, para assim nos aproximar do Senhor, nosso Deus”, completa.
Padre Faustino destaca ainda que neste período de 40 dias de oração, as igrejas católicas se preparam para a Semana Santa, com a missa do Domingo de Ramos, que lembra essa entrada de Jesus à Jerusalém, que foi aplaudido como rei.
“A bíblia diz que os ramos e os mantos foram colocados para Jesus passar, mas ao mesmo tempo depois sai condenado, quando lembramos o ‘Lava-Pés’, que é a ‘Sexta-feira da Paixão’. Depois, vem o ‘Sábado de Aleluia’, e por fim celebramos o ‘Domingo de Páscoa’, que é o domingo da ressurreição de Jesus”, conclui o padre, que ministra duas missas nesta quarta-feira, às 14h e 19h30, na Igreja Nossa Senhora Desatadora dos Nós, na rua Coronel Galdino de Almeida, 172, Centro.
O QUE MUDA NA COMUNIDADE EVANGÉLICA?
O Marília Notícia também entrevistou o pastor Laio Rodrigues, da Igreja Quadrangular do bairro Nova Marília. Para o religioso, o momento de oração em jejum se estende por todo o ano e não há uma programação específica pós-Carnaval.
“A programação da nossa igreja segue normal durante a semana, como nesta quarta-feira, às 15h; quinta-feira, às 8h30; sexta-feira, às 20h; sábado, às 17h e 20h. E o nosso principal culto da família no domingo, às 19h”, informa.
Conforme Laio, as igrejas evangélicas não optam por jejum em data específica. “Marcamos o jejum no decorrer de nossa história e no dia a dia. Vale lembrar que respeitamos as demais religiões e outros padrões de pensamento. A comunidade evangélica não possui um calendário dentro da quaresma, mas seguimos com a programação de cultos”, pontua.
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