Projetos polêmicos não são votados em noite quente na Câmara
Dois projetos polêmicos que estavam na pauta da sessão ordinária na Câmara de Marília nesta segunda-feira (5) acabaram não sendo votados.
O projeto de Lei nº 180/2018, da Mesa da Câmara, fixando os subsídios dos vereadores e presidente da Câmara, a partir de 1º de janeiro de 2021, foi arquivado pelo presidente Wilson Damasceno (PSDB).
Como antecipado ontem pelo Marília Notícia, Damasceno recuou após o projeto repercutir negativamente na cidade, e decidiu pelo arquivamento temporário da proposta.
O projeto aumenta os vencimentos dos atuais R$ 6.718,00 para R$ 9.371,70. O presidente do Legislativo deve ganhar R$ 10.413,00.
Já a votação para redução do número de vereadores de 21 para 13, para a próxima Legislatura, que será de 2021 a 2024, foi adiada após pedido de vista da vereadora Professora Daniela (PR).
A votação das medidas era aguardada com ansiedade por manifestantes que compareceram no plenário da Câmara Municipal.
Durante a sessão houve discussão e bate-boca entre vereadores e manifestantes, principalmente envolvendo os vereadores Albuquerque (PTB) e Mário Coraíni (PTB).
“Sempre tratamos todos com respeito. Não é porque eu estou solicitando vista ao projeto que eu sou favorável ou desfavorável a redução. O pedido faz parte do nosso regimento. Não me sinto confortável em votar nesse momento. E o pedido de vista se faz para abertura de emendas para examinar e discutir o projeto”, afirmou Daniela.
O pedido de vista solicitado foi vaiado por manifestantes do plenário, que aplaudiram o apelo dos vereadores Damasceno e Marcos Rezende (PSD) para que a vereadora retirasse a solicitação e mantivesse a votação.
Daniela manteve sua posição e a suspensão da votação foi aprovada em maioria contra quatro votos (Wilson Damasceno, Cícero do Ceasa, Zé Luiz Queiroz e Marcos Rezende).
O vereador Mário Coraíni justificou seu o voto favorável ao pedido de vista e respondeu as críticas proferidas pelos manifestantes presentes na sessão.
“Essa Casa nunca negou pedidos de vistas dos vereadores. Já é praxe. O perdido serve para que o vereador se inteire melhor dos dados do projeto. Eu sigo coerente com minha posição”, destacou o vereador, em seguida vaiado pelos manifestantes.
“Não estou falando com os senhores [público presente], estou coerente com minha posição sem sofrer pressão. Eu não vou me intimidar por meia dúzia de gaiatos”, finalizou Coraíni.