“Procon tem que notificar usinas”, reage Sincopetro Marília
A Regional Marília do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado São Paulo (Sincopetro) não gostou da notícia de que o Procon local vai começar a notificar os postos da cidade por causa de aumentos nos preços
Nos últimos dias o etanol passou de R$ 3,07 e a gasolina chegou perto dos R$ 4,50. Mas o presidente da regional, Gustavo César Henrique da Silva, afirma que os postos apenas repassam os preços. De acordo com ele, o “Procon tem que notificar usinas”.
“O etanol está explodindo de preço, subiu quase R$ 0,70 nas últimas semanas e puxa a gasolina que tem quase um terço de álcool. Não são os postos que fazem os preços das coisas, o posto é um mero repassador do preço”.
O sindicalista afirma que são as entidades que representam os plantadores de cana-de-açúcar e das usinas é que devem ser questionadas sobre os aumentos. “Ninguém sabe o que está acontecendo, não tem entressafra, agora é colheita”.
“Outra coisa, o preço é liberado. Sobe quem quer e abaixa quem quer”, completa o representante do Sincopetro Marília.
Análise
O Marília Notícia analisou os dados das últimas dez semanas nas pesquisas de preços feitas a cada 15 dias pela Agência Nacional do Petróleo, Biocombustível e Gás Natual (ANP). Veja tabela feita pela reportagem abaixo.
A pesquisa mostra que o preço médio do etanol comprado nas distribuidoras pelos donos de posto subiu, mas a margem em relação ao preço revendido ao consumidor subiu muito mais.
No começo de fevereiro, por exemplo, os donos de posto ganhavam em média R$0,28 por litro de etanol revendido. Já no último levantamento, com data do dia 13 de abril, esse ganho subiu para R$0,48.
No caso da gasolina o preço sofreu altas e baixas no período e a diferença do valor entre distribuidora e posto saiu de R$ 0,49 por litro para R$ 0,50.
Única
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou nas últimas semanas um comunicado no qual defende que o recente aumento no preço de bomba do hidratado não estaria relacionado com variação no preço recebido pelas usinas de etanol, registrados por indicadores periódicos.
“O aumento notado na bomba está sendo determinado por outros agentes que compõem a cadeia de comercialização de combustível”, informa a associação.