Principais anunciantes não aderiram ao boicote
Apesar da onda global de boicote de anunciantes ao Facebook, as principais empresas com propagandas na plataforma não aderiram ao movimento. Segundo o canal americano CNN, apenas três dos 25 principais anunciantes da rede social manifestaram adesão: Microsoft, Starbucks e Pfizer. Juntos eles gastaram US$ 2 bilhões na plataforma em 2019, equivalente a 3% da receita do Facebook no período.
Nomes como Walmart, Wells Fargo, Uber, Netflix, Domino’s, American Express e AT&T, porém, não expressaram publicamente intenções de aderir ao boicote. A rede Home Depot, principal anunciante do Facebook em 2019, afirmou ao canal que está avaliando as medidas que serão tomadas por Mark Zuckerberg – na sexta, 26, ele anunciou mudanças na política de conteúdo.
Ainda segundo o canal, mesmo que os 100 principais anunciantes decidam boicotar o Facebook, isso significaria um impacto de apenas 6% da receita – em 2019, a empresa teve quase US$ 70 bilhões em receita. Isso pode explicar porque nesta quarta, 1, as ações da empresa operavam em alta.
O movimento de boicote, relacionado à campanha Stop Hate for Profit, foi iniciada por grupos de direitos civis dos Estados Unidos. Em uma carta aos anunciantes na quinta-feira, 25, a Liga Anti-Difamação disse que o Facebook se recusou repetidamente a remover anúncios políticos que continham “mentiras flagrantes” e demorou a responder a pedidos de retirada de conteúdo conspiratório.
Na visão de analistas, o efeito de eco dos anúncios poderá afetar a empresa num futuro próximo. “Dada a quantidade de ruído após o posicionamento da empresa, haverá impacto significativo no negócio do Facebook”, disse Bradley Gastwirth, da corretora Wedbush Securities, em nota a investidores. “O Facebook precisa cuidar desse assunto rapidamente antes que ele entre numa espiral fora de controle.”