Primeiro emprego cresce em Marília; saiba as profissões
A contratação de trabalhadores em situação de primeiro emprego com carteira assinada cresceu 16% em Marília no primeiro trimestre de 2018 em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é um bom sinal para os jovens.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao final de 2017, praticamente 30% dos jovens brasileiros estariam sem emprego. “Trata-se da maior taxa desde 1991”, aponta a entidade com sede em Genebra.
Os dados utilizados nesta reportagem são do Ministério do Trabalho e mostram que em Marília as contratações de primeiro emprego entre janeiro e março de cada ano vinham caindo sistematicamente desde 2014.
Naquele ano foram contratadas 1.140 pessoas sem experiência formal nos três primeiros meses, enquanto em 2017 foram 604 e neste ano foram 731 no período equivalente.
Cargos
O principal cargo que serviu como porta de entrada para esse público no mercado de trabalho no período analisado em 2018 no município foi o de operador de telemarketing (com 14,3% do total das contratações do primeiro emprego).
Em seguida, na segunda posição, aparece a função de auxiliar de escritório (10%), depois vendedor de comércio varejista (8,4%), e em quarto lugar assistente administrativo (6,4%). Em quinto lugar ficam empatados atendente de lanchonete e embalador (5,6% cada).
Juntos, estes seis cargos representam 50% de todos os primeiros empregos com carteira assinadas formalizados entre janeiro e março deste ano.
O salário médio do contratado para primeiro emprego de operador de telemarketing em Marília é de R$ 1.036,09, enquanto de auxiliar de escritório é de R$ 883,01. Do vendedor de comércio varejista é quase igual, mas ligeiramente menor que o primeiro: 1.020,19.
Já a média salarial do primeiro emprego de assistente administrativo é a pior das elencadas aqui: R$ 700,38. A do atendente de lanchonete é R$ 1.126,95 e do embalador é R$ 734,76.
Importante citar que de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) o salário mínimo necessário no Brasil deveria ser de R$ 3.706,44.
Personagens
A psicóloga Juliana Metódio, que trabalha com Recursos Humanos, explica que os cargos apurados pela reportagem como aqueles que mais contratam, se caracterizam pela alta rotatividade.
“A falta de experiência é uma das barreiras para entrar no mercado de trabalho. Então quando o candidato já tem um estágio, por exemplo, ele tem melhores condições de conquistar o primeiro emprego com carteira assinada”, afirma a profissional.
Outra dica é buscar cursos técnicos e de qualificação profissional, inclusive básicos de informática e programas utilizados em quase todas as empresas.
A experiência com um estágio e o trabalho informal como babá foi fundamental para Letícia Feliciano de Barros, 18 anos, conseguir no começo deste ano seu primeiro emprego: justamente como operadora de telemarketing.
“Me perguntaram na entrevista o que minhas experiências de trabalho, mesmo sem carteira assinada, diziam sobre mim. Respondi que me ajudaram a ter responsabilidade, o que foi decisivo para conseguir a vaga de trabalho”, conta a jovem que ajuda no orçamento doméstico com seu salário e faz planos de continuar estudando.
Melhora
A melhora do mercado de trabalho no município para quem nunca teve emprego vem sendo sentida desde a segunda metade do ano passado.
Ainda assim, o quadro não é o melhor dos mundos para a juventude. É importante observar que o primeiro trimestre de 2018 voltou ao patamar do mesmo período de dez anos atrás, 2008, outro ano de crise internacional.
As contratações, de modo geral, têm se recuperado em Marília e os funcionários em situação de primeiros emprego representam 30% de todas as 2.390 admissões feitas em no município no primeiro trimestre deste ano.