Presidente do PSL fala em ‘negociata’ e Marcos Farto rebate acusação
O ex-presidente do PSL em Marília, policial militar reformado Marcos Farto, rebateu críticas do presidente estadual do partido, deputado federal Júnior Bozzella. Após a renúncia do dirigente local, o líder da sigla em São Paulo divulgou nota em que classificou as queixas de Farto como ‘negociatas’.
No início dessa semana o policial da reserva anunciou sua saída da presidência do PSL local com uma carta, com duras críticas ao comando estadual da legenda – na qual permanece filiado. Ele apontou, entre os motivos, falta de apoio financeiro aos candidatos de Marília na campanha de 2020.
“Eu tenho dignidade. Eu tenho honra. Tenho uma história, eu nasci e fui criado nessa cidade. Eu servi dentro da Polícia Militar mais de duas décadas e nunca precisei ninguém apontar o dedo para mim, dizendo que eu fui desonesto”, afirmou Farto.
Segundo ele, a falta de apoio do diretório estadual foi observada após apresentação de estimativas de valores necessários, que poderiam ser destinados dentro do fundo partidário para as despesas de campanha.
Os gastos incluem escritório de contabilidade, honorários advocatícios e publicidade. “Eu apresentei [o cálculo] do que poderia ser investido, dentro do limite daquilo que era considerado legítimo e legal para a cidade”, disse o ex-presidente do PSL.
“Eu levei a eles [planilha] dizendo: olha, nós precisamos. Fica a critério de vocês nos mandar algum recurso. Ainda falei: é óbvio que não vamos receber R$ 1 milhão, porque só no Estado de São Paulo são 645 municípios, no Brasil inteiro, mais de 5 mil”, disse.
Farto negou ter exercido qualquer pressão, sobretudo indevida ou ilegal, para que partido em Marília tivesse acesso a R$ 3,5 milhões na campanha à prefeitura, em troca de apoio para Bozzella e candidatos em 2022.
Ele disse que a legenda pagou despesas de R$ 600 mil com contabilidade e honorários advocatícios de todos os candidatos e depositou R$ 20 mil, às vésperas da eleição, pra cobrir alguns custos, mas que a campanha do PSL em Marília ‘foi feita no peito, na raça’.
O ex-presidente da sigla em Marília disse ainda que a cadeira que o município conquistou na Câmara deve-se ao esforço do partido e mérito de Júnior Féfin (PSL). “Se não tivéssemos uma cadeira, sequer lembrariam da nossa cidade”, disse.
Farto disse que foi procurado por outros parlamentares do PSL, logo após ter anunciado que deixaria a presidência. A tendência é que a divergência entre o político local e a liderança estadual do partido aproxime o PM da reserva de setores da ala bolsonarista da sigla.