Prefeitura vive caos financeiro após eleições
A situação dos cofres municipais é crítica. A falta de pagamentos da Prefeitura de Marília para colaboradores e alguns fornecedores, têm complicado a vida de quem trabalha para a administração municipal e impede funcionários públicos de desempenharem suas funções.
A reportagem do Marília Notícia apurou junto a trabalhadores de diversos setores do Executivo que falta combustível para a execução de atividades básicas.
A informação é de que desde segunda-feira (14) departamentos inteiros estão parados por esse motivo. No bosque, por exemplo, estão sendo realizados apenas trabalhos internos que não necessitam de gasolina nem óleo diesel.
Setores como poda e erradicação de árvores estão trabalhando dessa forma. Ou seja, não estão cumprindo suas funções.
O trabalho de agente de endemias que atuam no combate à dengue, pelo menos alguns pontos da cidade, ficou comprometido na terça-feira (18), segundo denúncias de funcionários. O motivo também é a falta de combustível.
O problema também estaria afetando a empresa que faz o recolhimento de lixo, segundo relatos obtidos pela reportagem.
PAGAMENTOS
Outro problema envolvendo atrasos é do pagamento dos estagiários da Prefeitura. Até o dia 18 de outubro não havia sinal do auxílio para alguns.
Estagiários e familiares têm ligado na Prefeitura para obter informações e se dizem frustrados. “Ninguém sabe de nada. Uns dizem que é com Tesouraria, outros que é na Receita”, fala uma estagiária.
Estagiários das Emeis reclamam que aqueles que fazem estágio nas Emefs receberam na segunda-feira (17) e eles ainda não.
O relato de uma estagiária sobre desvio de função é grave. Ela prefere, porém, ter a identidade preservada, com medo de retaliação: “As condições são as mesmas de sempre. Faltam muitos professores, então, o que seria um ‘aprendizado’, viramos na verdade professores”, diz.
“Tenho colegas de sala que já foram colocadas para lavar banheiros por falta de funcionários nas escolas”, completa.
Existem também denúncias contra atrasos dos funcionários do ESF (Estratégia de Saúde da Família), que vem se tornando algo recorrente nos últimos meses.
O Sinsaúde (sindicato da categoria) acumula denúncias ao Ministério do Trabalho e agora conseguiu o agendamento da audiência na Justiça do Trabalho para 10 de novembro. Esses funcionários são terceirizados pela Prefeitura, contratados via Gota de Leite.
Outra categoria que sofre são as merendeiras das escolas estaduais. O serviço do estado é terceirizado pela administração municipal, que através de licitação contratou uma empresa responsável.
O problema é que as merendeiras não recebem desde o quinto dia útil deste mês e decidiram entrar em grave, deixando as crianças sem alimento. A empresa que faz o serviço alega que o dinheiro não foi repassado pelo atual prefeito.
OUTRO LADO
Segundo a Prefeitura, no setor de poda de árvores existe uma equipe que não está atuando na rua porque a perua quebrou.
“O orçamento com a empresa do pregão já foi feito e enviado para secretaria de planejamento econômico para empenhar a despesa, que deve sair hoje (19/10) e posteriormente fazer o serviço de conserto. Essa equipe, composta de 04 funcionários, está trabalhando internamente no Bosque em atividades pertinentes à função”, disse a assessoria de imprensa da Prefeitura.
Ainda de acordo com a administração municipal, as demais equipes estão trabalhando normalmente nas vias públicas, áreas públicas, escolas e locais públicos onde necessitam e estão planejados os serviços de podas de árvores e erradicação quando necessário.
“Não houve paralisação por falta de combustível”, diz a Prefeitura.
Já com relação ao lixo, mesmo com os diversos relatos de marilienses, o governo de Vinícius Camarinha diz que não procede a informação que não está sendo recolhido em diversos pontos da cidade.
“Ocorreram dois casos pontuais, um na sexta feira da semana passada e um ontem por problemas mecânicos em caminhão coletor, já sanados. Os setores estão sendo coletados por caminhões reservas”, informou a Prefeitura.