Daniel Alonso retoma polêmica sobre catracas no Terminal
O prefeito Daniel Alonso (PSDB) decidiu entrar na Justiça para tentar garantir a reinstalação de catracas no Terminal Urbano, no Centro de Marília. Em julho do ano passado os dispositivos foram retirados junto com outras mudanças no sistema de transporte público.
Entre os problemas alegados para a volta das catracas, está a segurança dos passageiros. No final do ano passado a Prefeitura já havia anunciado a decisão de voltar atrás e teria notificado a Associação Mariliense de Transportes Urbanos (AMTU).
No entanto, quase um ano depois a entrada no terminal permanece liberada. O prefeito anunciou que tomará medidas jurídicas após visitar o local na segunda-feira (10).
A reportagem do Marília Notícia esteve no terminal nesta terça-feira (11) e conversou com os usuários do transporte público. A maior parte dos entrevistados defende a volta. No entanto, os problemas vão muito além da segurança.
O banheiro masculino, por exemplo, não tem as menores condições de higiene. Chão todo molhado de vazamento de vasos sanitários, pichações, falta de portas, papel ou sabonete. Segundo relatos, o banheiro feminino também não está muito diferente.
Em maio a administração municipal anunciou que fez reforma dos banheiros, trocou pisos e mandou fazer a pintura geral do terminal. Em fevereiro, o anúncio foi de que uma equipe de segurança seria colocada para atuar no espaço.
“Tem gente que faz sujeira por mero vandalismo. No banheiro das mulheres, as vezes entro com meu neto pequeno, já nos deparamos com uma moradora de rua pelada, tomando banho”, diz a dona de casa Carolina de Lurdes Veloso, 69 anos.
Ela passa todos os dias pelo terminal e acredita que se existissem catracas, não haveria esse tipo de situação. “Não deveria nem ter aberto isso aqui”, reclama. Sua amiga, a aposentada Cidélia Tavares Costa, concorda.
Carolina também conta que recentemente se deparou com um homem no forro metálico do banheiro feminino espiando mulheres.
Brigas, andarilhos, bêbados e casos de furtos e roubos são comuns no terminal urbano, desde que houve a retirada das catracas, segundo a dona de casa Mirian Alves Rodrigues, 28 anos. “Tem que ter controle”, defende ela.
Nem todos, porém, concordam com a volta das catracas. É o caso do cabelereiro Ricardo Freitas, 45 anos.
“Se perde muito tempo com a catraca, principalmente quando elas travam. Eu sou a favor de deixar assim aberto. Não é a catraca que vai trazer segurança. Já colocaram câmeras, mas tem que ter vigilantes, seguranças”.
AMTU
O Marília Notícia procurou a AMTU para comentar a decisão do prefeito Daniel Alonso de tentar voltar as catracas na Justiça.
Em nota, a resposta foi que “mensalmente mais de 250.000 integrações são feitas através do cartão eletrônico Marilia Card, com custo zero, conforme estabelecido no contrato de concessão das empresas”.
“A abertura do terminal, solicitado pela prefeitura, somente fortaleceu esse sistema que funciona com perfeição, sem ter nenhum tipo de reclamação tanto na EMDURB, na ouvidoria do Município, na AMTU ou nas empresas”, alega a entidade.
“Com relação a questões de manutenção do terminal, segurança e instalação de catracas, nenhum destes itens é objeto do contrato de concessão, cabendo a secretaria de segurança pública e a Prefeitura municipal de Marília a responsabilidade sobre o local”.