Prefeitura interdita ruas para Procissão de Corpus Christi
A Prefeitura de Marília e a Emdurb (Empresa Municipal de Mobilidade Urbana) vão interditar amanhã, dia 31, algumas ruas do centro de Marília para a procissão de Corpus Christi, celebrada pela Igreja Católica. Desde os primeiros anos de fundação da cidade, em 1929, a celebração não contava com os famosos tapetes enfeitados.
De acordo com a Diocese este ano não serão realizadas missas nas paróquias, apenas na Catedral Basílica de São Bento. Às 16h tem início a missa campal celebrada pelo Bispo Luiz Antonio Cipolini e pelo Bispo Emérito Osvaldo Giuntini. Padres de 17 paróquias e duas pró-paróquias também participarão da celebração. Logo em seguida eles saem em procissão pelas ruas do centro até a Matriz Santo Antônio.
“Essa comemoração já virou tradição na igreja católica e o enfeite com os tapetes, que não é realizado em Marília desde a fundação do município, é uma bela obra de arte. Temos que ter muito respeito e admiração por esse ato”, disse Daniel Alonso, prefeito de Marília.
Dentre as ruas que serão interditadas, das 5h30 até 20h, estão parte da Avenida Pedro de Toledo, rua Nove de Julho e Avenida Santo Antônio.
Ainda de acordo com a Diocese de Marília, a expectativa é de que cinco mil fiéis e admiradores da celebração participem. As ruas serão enfeitadas pelas próprias paróquias com pó de serra tingindo, borra de café e cascas de ovos. Elas começarão a ser enfeitadas a partir das 6h da manhã.
A Paróquia Santuário Sagrado Coração de Jesus de Vera Cruz, cidade vizinha de Marília, mantém a tradição de enfeitar as ruas há mais de 80 anos.
Para o evento em Marília, a Prefeitura colaborou com a pintura de solo como diretriz para a confecção do tapete; com a organização do trânsito; e a limpeza do local após a celebração.
Cultura
Os tapetes de Corpus Christi são uma tradição católica popular, comum em várias cidades do Brasil e Portugal, sendo confeccionados durante a celebração do dia de Corpus Christi.
A prática, surgida em Portugal e posteriormente difundida no Brasil durante o período da colonização, consiste na confecção de representações de cenas bíblicas, objetos devocionais ou simples temas ornamentais sobre as ruas em que a procissão da Eucaristia passará. Os desenhos mais usuais são os que fazem alusão à figura de Cristo, do pão e do cálice.
Os tapetes, tradicionalmente confeccionados de serragem e sal coloridos, empregam nos dias atuais uma gama de materiais, tais como borra de café, areia, flores, farinhas, dentre outros.
Seu comprimento varia de acordo com cada cidade ou paróquia, indo desde poucas centenas de metros até alguns quilômetros. Os tapetes, em geral, ligam duas igrejas, decorando o caminho por onde será transladado o Sacramento. Em algumas localidades, é usual que se exibam panos vermelhos nas janelas das casas por onde o cortejo passará.
No Brasil, a tradição é especialmente prevalente em cidades do Sudeste, sendo um componente importante da cultura de cidades históricas, como Ouro Preto. Para sua confecção, grupos de paroquianos reúnem-se na noite anterior ao dia de Corpus Christi, tornando a prática um espaço de sociabilização entre os fiéis.