Prefeitura inicia levantamento social para moradores do CDHU
A Prefeitura de Marília começou, na manhã desta terça-feira (19), o cadastramento de moradores dos prédios do Conjunto Habitacional ‘Paulo Lúcio Nogueira’, popularmente conhecido como ‘CDHU’, na zona Sul da cidade. O objetivo é confirmar quantas pessoas vivem, de fato, no local e em quais apartamentos, para retirar aqueles que estão em situação de maior risco, enquanto é decidido se haverá reforma dos apartamentos ou construção de novas casas.
O trabalho será realizado até sexta-feira (22), no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ‘Rosa dos Santos Modelli’. Uma força-tarefa foi montada envolvendo várias secretarias, para que todos sejam atendidos.
Foram montados mais de 20 postos presenciais de atendimento, equipados com monitores, terminais de computador e impressoras, para que os servidores municipais, técnicos, assistentes sociais e psicólogos realizem o cadastro social dos moradores dos prédios da CDHU em Marília.
A dona Maria Cecília mora há 15 anos em um apartamento do local. Ela contou que reformou todo o seu imóvel e que cuida de cinco netos. Apesar dos vários problemas de saúde que enfrenta, não queria deixar sua casa.
“Eu espero que resolvam. Sempre morei em apartamento. Em novembro vai completar 15 anos que comprei. Eu reformei inteirinho e ficou muito lindo. Estou triste com essa situação, pois moro ao lado do ponto de ônibus, tem escola, tem supermercado. Tudo aqui é perto. Eu tenho vários problemas de saúde, como desgaste do fêmur, hérnia de disco, bico de papagaio e diabetes. Estou de pé por Jesus. Espero que façam algo por nós”, conta Maria Cecília.
Muita gente foi até o Cras e formou uma grande fila desde as primeiras horas da manhã da segunda-feira (18), acreditando que haveria atendimento. Com a informação que seria apenas no dia seguinte, algumas pessoas ficaram frustradas. A Roseli Aparecida Silveira gostou do clima tranquilo no atendimento desta terça-feira (19).
“Hoje está sem tumulto e creio que o pessoal vai atender bem todo mundo, sem brigas e sem discussão. Espero que nossos governantes se lembrem de nós. Estamos sem moradia, pois os prédios estão quase caindo. Agora temos, com certeza, uma luz no fim do túnel. Só de saber que já estamos amparados, está ótimo”, relata Roseli.
A reclamação principal da Benedita Gomes de Oliveira, de 76 anos, eram as escadas do prédio em que reside. Ela contou que estava cada vez pior, além de outros problemas estruturais das torres.
“Na verdade, o meu apartamento não é ruim. O pior são as escadas. Aquilo está cada vez pior. O teto torto e a caixa d’água aberta, com afundamento em umas partes. Não está boa a coisa. Espero que arrumem uma casa para a gente, pois aqui está muito perigoso. Eu tenho 76 anos de idade, ia hoje para igreja hoje e nem fui, mas Deus é bom. Ele tarda, mas não falha. Ele é maravilhoso e fiel”, diz Benedita.
O assessor especial de Governo, Alysson Alex, explicou que Marília tem pleiteado junto ao Governo do Estado de São Paulo, uma atitude para atender as famílias. O primeiro passo foi o levantamento social, para saber o número exato de pessoas que precisarão do atendimento emergencial.
“Precisamos saber quantas famílias ali residem e quantas pessoas por unidade. Após isso, com essa documentação, estamos pleiteando novas unidades habitacionais sociais, para atendimento imediato. São pelo menos quatro torres com risco iminente. Existe uma demanda judicial sobre o assunto, mas essa é uma gestão administrativa. Não queremos entrar na questão da Justiça e sim atender logo essas famílias”, conta o assessor especial.
As famílias que receberam os convites enviados pelos agentes comunitários de saúde devem procurar o Cras ‘Rosa Modelli’, localizado na rua Ioneu Carvalho Domingos, n.º 586, na data e horário marcados, das 8h às 17h.
Todos devem apresentar RG, CPF, NIS, comprovante de endereço recente, comprovante de vínculo com o apartamento (escritura, contrato de aluguel ou contrato de compra e venda). A Prefeitura está emitindo declaração de comparecimento aos moradores que necessitaram justificativa de ausência do trabalho.