Prefeitura cria Polo Emergencial Covid para aliviar PAs
Com a proposta de aliviar a pressão sobre o sistema de saúde, principalmente no pronto atendimento, foi aberto nesta quarta-feira (28) o Polo Emergencial Covid, em prédio separado, mas localizado no mesmo terreno da Unidade Básica de Saúde do Nova Marília, na zona Sul de cidade.
São 17 leitos exclusivos para pacientes com Covid-19, sendo 16 de enfermaria e um de urgência, com possibilidade de intubação provisória.
Eles serão utilizados por pacientes, encaminhados pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) zona Norte e pelo Pronto Atendimento (PA) zona Sul, que esperam por uma vaga hospitalar de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Com o colapso do sistema de saúde desde o começo do ano, surgiu a necessidade de ampliar a oferta de leitos Covid-19.
Há meses Marília oscila entre uma ocupação de 100% e um pouco menos do que isso, tanto nos leitos de UTI, quanto clínicos, da rede pública e privada.
A região tem variado próximo de 95% na ocupação e fontes do Departamento Regional de Saúde de Marília (DRS-9) disseram ao Marília Notícia que o Polo Emergencial Covid pode aliviar, inclusive, a situação das cidades próximas.
Já o prefeito Daniel Alonso (PSDB), em entrevista ao portal, comemorou a adaptação do prédio em tempo recorde. Desde que a ideia foi proposta até o início do serviço, se passou menos de um mês.
O imóvel estava ocioso e o chefe do Executivo comemorou a participação da sociedade civil. “Isso só foi possível com doações de camas, jogos de lençol, cilindros de oxigênio, medicamentos, e aparelhos. Envolveu muita gente, hospitais, empresas, entidades de classe”, disse Daniel.
A iniciativa foi inspirada nos hospitais de campanha, mas sem a necessidade de utilização de instalações desmontáveis com cobertura de lonas, como em outras cidades. “Outra vantagem desta estrutura é que ele se tornará permanente”, completou.
Marília sempre descartou essa hipótese de um hospital de campanha convencional, por contar com outros espaços físicos, como áreas de ampliação dentro de hospitais e imóveis próprios, tal qual o que passa a ser utilizado agora. Antes, outros locais chegaram a ser cogitados para o Polo, mas foram descartados.
O secretário da Saúde de Marília, Cássio Luiz Pinto Júnior, explicou ao MN que além da dificuldade de conseguir materiais, também existe a limitação cada vez mais grave de profissionais disponíveis, situação que foi vencida neste caso, com muito esforço.
Para o funcionamento do Polo Emergencial Covid foi preciso contratar quatro equipes que trabalharão 24 horas de forma escalonada, segundo Cristina Ramos da Silva, supervisora de enfermagem da urgência municipal.
“Cada equipe conta com um médico, um enfermeiro e seis técnicos de enfermagem, atuando 12 horas por 36”, falou Cristina. De acordo com ela, nos últimos dias houve um alívio na demanda dos serviços de urgência, onde muitos óbitos vinham sendo registrados.
“Com o Polo Emergencial Covid acreditamos que teremos um fôlego ainda maior”, disse a supervisora.
Errata: Inicialmente o texto informava que seriam 16 novos leitos, sendo 15 de enfermagem e um de urgência; a informação foi corrigida após edição.