Preço do usado dispara e valor de seguro automotivo assusta
A crise de suprimentos na indústria automotiva, com supervalorização dos veículos usados, gera outro efeito no setor de serviços para automóveis: o preço do seguro. Quem busca renovação, assusta com o valor cobrado pelas companhias. Corretores alertam, porém, que o aumento não decorre do serviço, mas da valorização do patrimônio segurado.
Com quase 40 anos de experiência no setor, Samuel Rodrigues dos Santos é sócio diretor de uma corretora na cidade. Ele afirma que a situação atual não tem paralelo.
“Conforme o caso, pela tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o aumento no valor dos carros vai de 15% a 47% em apenas um ano. Jamais poderíamos imaginar uma situação como essa”, afirma o corretor.
Samuel afirma que as empresas continuam praticando os mesmos valores (percentuais) e critérios. Não houve mudança por parte do sistema que define o custo do seguro. Todo o aumento, portanto, é motivado pelo valor dos veículos. “Um utilitário que valia, há um ano, R$ 61 mil, hoje, pela tabela Fipe, vale R$ 89 mil”, exemplifica.
Uma professora de 47 anos, que utiliza o carro para ida e volta do trabalho, além de lazer, vai pagar em março deste ano R$ 2.250 pelo seguro de um GM Sonic 2014. É caso concreto, explica o corretor, que realizou a cotação do serviço de seguro do mesmo carro e a mesma cliente, há 12 meses, por R$ 1.820. O aumento foi de 23%.
O educador físico mariliense Diego Camargo já está preocupado com a renovação do contrato, que está se aproximando. Entre 2020 e 2021, ele teve um reajuste de 13,9%, ou seja, bem acima da inflação.
“O valor do meu carro aumentou uns 40% e já estamos [Diego e a esposa, Tais] esperando um valor bem alto de seguro. Se couber no orçamento, vamos fazer. Se vier exorbitante, apesar de ser muito importante ter um seguro, vamos ter que priorizar outras necessidades”, disse Diego.