Preço do combustível dispara em Marília
O preço dos combustíveis nos postos de Marília já começaram a subir na manhã desta sexta-feira (21), depois do anúncio de aumento nos impostos feito pelo Governo Federal, para diminuir o déficit nas contas públicas.
A reportagem checou os preços em alguns postos da zona Oeste da cidade. Em muitos os preços já haviam sido alterados antes das 11h.
Como exemplo, em alguns estabelecimentos onde o etanol estava R$ 1,92 o litro, passou para R$ 2,19. A gasolina saltou de R$ 2,96 para R$ 3,36. O diesel, estava R$ 2,84 e foi para R$ 3,59.
Em outro posto onde o reajuste foi verificado, na avenida da Saudade, o etanol subiu ainda mais que no concorrente: de R$ 1,99 para R$ 2,59. Um aumento de R$ 0,60. A gasolina chegou a R$ 3,69.
Nos postos onde os preços ainda não haviam subido, a mudança já está programada para no máximo até 14h. “Quando o preço sobe, o repasse é rapidinho. Quando cai, aí demora”, contou um frentista.
O presidente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), Gustavo Cezar Henrique da Silva, acredita que até o fim do dia o aumento deve chegar a todos os postos.
A declaração foi dada ao Marília Notícia em entrevista sobre a decisão do governo de aumentar o PIS/Cofins sobre os combustíveis para melhorar a arrecadação.
“Tem posto que já está subindo [o valor cobrado], outros estão esperando a confirmação dos preços das companhias para verem se vão dar o repasse integral ou não. Até o final do dia todo mundo deve ter feito a mudança”, comenta. Para o presidente da Sincopetro, a medida, que afeta gasolina, etanol e o diesel é um desastre para o setor.
Reprova
A medida despertou também a ira de entidades empresariais como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que já reclamavam da elevada carga tributária no País.
Já a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) reclamou do egoísmo do governo federal ao elevar um tributo que não é compartilhado com os municípios.
Para a gasolina, a alíquota mais que dobrou. O litro da gasolina pode ficar até R$ 0,41 mais caro para o consumidor. Só de PIS/Cofins, o desembolso será de R$ 0,7925 por litro após a alta. O decreto com o aumento do tributo será publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU) e tem vigência imediata.
No caso do diesel, a alíquota subirá de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 o litro nas refinarias, que podem repassar o valor integral ao consumidor.
O etanol não escapou dos reajustes, embora representantes do setor tenham intensificado reclamações sobre a falta de competitividade do combustível diante do baixo preço da gasolina Para o produtor, a alíquota subiu um centavo, para R$ 0,1309 por litro.
distribuição, o impacto será mais forte, pois o PIS/Cofins estava zerado e passará a R$ 0,1964 por litro.
Entenda
A área econômica espera obter R$ 10,4 bilhões ainda este ano com os aumentos. Na nota divulgada ontem à tarde, o governo argumentou que a medida é “absolutamente necessária” para a preservação do ajuste fiscal e a manutenção da trajetória de recuperação econômica.
A equipe econômica optou pelo aumento do PIS/Cofins porque a entrada de recursos nas contas públicas é imediato, em vez de demorar 90 dias como no caso da Cide. Outra vantagem é que o tributo reajustado não é dividido com Estados e municípios. A opção desagradou os prefeitos. “A crise afeta todos os entes federados e as soluções deveriam contemplar esse cenário”, disse a FNP.
Entidades que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e deram respaldo ao governo Michel Temer divulgaram nota “indignadas” com a alta de tributos.
A Fiesp, que em 2015 colocou um pato inflável na Avenida Paulista contra o aumento de impostos, ameaça retomar a estratégia. “Mantemos nossas bandeiras e convicções, independentemente de governos”, disse a Fiesp, presidida por Paulo Skaf, filiado ao PMDB.
Sem muitas saídas, a ala política do governo já procurava desde ontem minimizar o estrago pregando que o aumento não terá grande impacto no bolso do consumidor.
Além disso, o efeito na inflação seria amenizado porque a gasolina tem sofrido seguidas reduções de preços. Esta é a segunda vez no ano que o governo aumenta impostos para tentar cumprir a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões. Em março, foi anunciado o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras para cooperativas de crédito.
O governo também tenta reonerar a folha de pagamento para 50 setores. A ideia era voltar a recolher a contribuição previdenciária sobre salários pagos, e não sobre o faturamento. A medida entraria em vigor este mês – e reforçaria em R$ 2,2 bilhões a arrecadação de tributos -, mas relatório aprovado no Congresso adiou a cobrança para 2018.