Donos de postos mantêm preços elevados mesmo após fim da crise
A maioria dos postos de Marília continua vendendo combustível com valores mais altos do que o praticado antes da paralisação de caminhoneiros em todo o Brasil. A greve provocou o recente desabastecimento de etanol, gasolina e diesel na cidade.
Como o Marília Notícia mostrou em reportagem publicada no auge da crise, o preço do litro do etanol saltou de R$ 2,50, nos estabelecimentos que costumam vender mais em conta, para R$ 2,77. Em alguns pontos o valor chegou a R$ 2,84 de um dia para o outro.
Na semana anterior o valor mais caro cobrado dentro da cidade era R$ 2,59. Agora, com a situação praticamente normalizada, os valores continuam nos mesmo patamares de quando a situação era de escassez.
A gasolina mais cara confirmada pelo MN em Marília chegou a R$ 6,99 – ou um aumento de 43% em comparação com os preços médios praticados até dias antes na paralisação. Houve redução, mas os preços praticados ainda estão acima do período anterior.
Logo antes das manifestações, levantamento da Agência Nacional do Petróleo indicava preço médio cobrado pelo litro do diesel em Marília em R$ 3,66. Na manhã em que o desabastecimento começou a afetar a cidade de forma mais severa, alguns postos vendiam por R$ 3,99.
De acordo com o presidente regional do Sincopetro (sindicato dos donos de postos de combustíveis), Gustavo César Henrique da Silva, o problema é com as distribuidoras, que aumentaram os preços desde que “começou essa bagunça toda”.
Gustavo também explica que a situação não está 100% normalizada nas distribuidoras, que não conseguiram repor os estoques. “Estou pagando R$ 0,15 centavos mais caro no litro da gasolina do que antes da paralisação”, afirma o representante dos donos de postos.
Ele também observa que os valores que estavam sendo cobrados antes estavam defasados por uma guerra nos preços praticadas na cidade entre alguns pontos de venda e que alguns proprietários podem ter aproveitado para recompor parte de sua margem de lucro.
O presidente regional do Sincopetro acredita que os preços da gasolina não devem recuar nas próximas semanas, já o diesel deve começar a sentir o impacto da redução de impostos.