Política externa de Bolsonaro pode fazer Marília perder milhões de dólares
Analistas apontam que a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de mudar a embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém pode afetar o comércio do Brasil com o mundo árabe, que importou U$ 15 milhões de indústrias marilienses nos últimos 10 anos.
As informações sobre a balança comercial do município são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Os principais produtos vendidos por Marília ao Oriente Médio desde 2009 são confeitaria sem cacau – incluído o chocolate branco (U$ 6,7 milhões), produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos (U$ 5,7 milhões) e chocolates (U$ 1,3 milhões).
De acordo com a revista Veja, existem sinais de que contratos de compra de mercadorias brasileiras tendem a ser revistos por empresários árabes.
“Em especial, nos setores petroleiro, de infraestrutura e de produção e processamento de alimentos”, diz a publicação.
Reportagem do jornal O Globo divulgada nos últimos dias vai no mesmo sentido. Os importantes veículos de comunicação ouviram diplomatas, empresários e especialistas em relações internacionais.
O Estado de São Paulo, parceiro do Marília Notícia na produção de conteúdo, ouviu o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun.
De acordo com Hannun, “existe o risco de uma interrupção, mas ele não está claro”. Ele falava a respeito da escalada na relação entre Brasil e a comunidade árabe nos últimos anos.
Mercosul/China
Recentemente a equipe econômica do futuro chefe do Executivo nacional também declarou que não vai priorizar as relações diplomáticas com o Mercosul.
Isso também pode representar outro problema, já que o bloco formado com países vizinhos é o principal parceiro econômico de Marília.
Nos últimos 10 anos os países integrantes do Mercado Comum do Sul importaram quase dez vezes mais do que o Oriente Médio das industrias marilienses. Foram U$ 105 milhões.
Contra a China também foram direcionadas declarações por parte de Bolsonaro, como o reconhecimento de Taiwan e o que o presidente eleito diz ser “domínio chinês na economia” do Brasil.
Apesar de não estar entre os maiores importadores de produtos oriundos de Marília, a China é um dos maiores exportadores para a cidade.
Em 2018, até outubro, o gigante asiático vendeu mais de U$ 63 milhões para Marília. Os empresários chineses só venderam menos para o município do que os chilenos.