Policial se mata ao lado do túmulo do filho
Um policial civil de 50 anos atirou ontem contra a própria cabeça dentro do Cemitério Municipal de Itatinga (230 quilômetros de Marília), ao lado do túmulo onde está sepultado o corpo de um filho que morreu aos dois anos. A morte trágica abalou populares e colegas de trabalho da vítima, descrita como profissional extremamente zeloso. O enterro dele está marcado para hoje, às 14h, no mesmo cemitério.
João Alves da Silva, conhecido como João Borracha, era investigador de polícia e atuava há mais de 20 anos na delegacia de Itatinga. Em 2008 e 2012, disputou eleições para vereador pelo DEM, mas não foi eleito. Ontem, segundo o delegado de Itatinga, Antenor de Jesus Zeque, como fazia todos os dias, ele chegou cedo à unidade policial. “Ele não demonstrava nenhum tipo de comportamento estranho, pelo menos conosco, aqui na delegacia”, diz.
“Ontem (anteontem), ele realizou as atividades normais dele e hoje (ontem) pela manhã chegou às 8h, cumprimentou os policiais que aqui estavam, verificou o expediente do dia que ele deveria realizar, abriu talão comunicando que iria sair com uma viatura policial, foi até o cartório central e disse ao funcionário que ali estava que iria abastecer a viatura e logo retornaria para apanhar o expediente e sair para as tarefas”.
No trajeto, de acordo com o delegado, o investigador parou no cemitério, cumprimentou dois funcionários e seguiu até o túmulo onde está sepultado o filho, que morreu atropelado há mais de 20 anos, quando tinha dois anos. “Ao lado, tem um terreno vazio e foi ali que ele efetuou o disparo com a arma que portava na própria cabeça”, revela. O policial teve morte instantânea. Ao lado dele, foi apreendida uma pistola .40.
Zeque conta que a morte do colega de profissão foi uma surpresa. “É muito triste porque ele se dava bem com todo mundo aqui na delegacia, tinha bom relacionamento com os demais colegas, cumpria com afinco os deveres dele. Todos fomos surpreendidos com esse acontecimento”, declara. “Lamentamos muito essa perda”. Além da esposa, o investigador deixa uma filha. O corpo dele está sendo velado no Velório Municipal.
Fonte: JCNET