Polícia vê legítima defesa em caso que resultou na morte de pessoa em confusão mental
A Polícia Civil de Cafelândia investiga a morte de Carlos Fernando Brochado Soares, de 25 anos, ocorrida na manhã desta quarta-feira (19), em circunstâncias que envolve um policial militar da cidade.
O caso tem encaminhamento preliminar de legítima defesa e excludente de ilicitude, ou seja, sem imputação de nenhum crime ao militar, acusado de disparar contra Soares.
Segundo o registro de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada após Carlos Fernando invadir uma casa em que mora um casal e um bebê de um ano e dois meses. No momento, a moradora estava sozinha com a criança.
Desconhecido da mulher, ele teria danificado o vidro de uma janela e invadido a cozinha. Dentro do imóvel, assustou a moradora, que saiu à vizinhança em busca de ajuda.
Ainda conforme os relatos, o rapaz abriu a geladeira e pegou uma cerveja. Ele já estaria sentado em um sofá assistindo TV, quando foi confrontado por um vizinho, que é policial militar aposentado.
INTERVENÇÃO POLICIAL
O filho do vizinho – que é policial da ativa e não reside na vizinhança – foi informado que seu pai estaria sendo ameaçado por um homem armado com pedaço de pau, em meio a uma confusão na vizinhança. O PM estava de folga e foi para o local.
Conforme o relato dele à Polícia Civil, Soares foi advertido para largar a madeira e se render, mas teria reagido com violência e partido para cima dele.
O policial relatou ainda que, durante luta corporal, o agressor teria tentado tomar sua arma, que acabou por disparar quando ambos estariam no chão. O tiro transfixou o corpo de Soares, que chegou a ser socorrido e levado para a Santa Casa local, mas não resistiu e morreu.
ESQUIZOFRENIA
Em depoimento à polícia, a mãe do rapaz morto disse que o filho sofria de esquizofrenia desde os 19 anos e que, há algum tempo, se recusava a tomar a medicação prescrita, o que resultava no retorno das crises.
A mulher também relatou que Carlos Fernando Brochado Soares fazia uso de entorpecentes e bebidas alcoólicas, mas não soube dizer se ele estava sob efeito dessas substâncias no momento da invasão. A mulher disse também que tentava procurar ajuda para internar o filho, ainda sem sucesso.
A mulher disse acreditar que o filho entrou na casa, que pertence à sua irmã – tia de Fernando – sem ter conhecimento de que uma inquilina havia se mudado para a residência há cerca de um mês.