Polícia investiga golpe de R$ 33,5 mil contra caminhoneiro
A Polícia de Marília instaurou um inquérito para investigar golpe contra um caminhoneiro de 63 anos, morador em Santarém (PA). Ele foi atraído à cidade para a compra de uma suposta carta de crédito contemplada, no valor de R$ 300 mil, mas acabou lesado em R$ 33,5 mil.
As investigações apuram o uso de uma empresa para simular legalidade em contratos fraudulentos que prometiam cartas de crédito, mediante entrada vultuosa, porém, sem entregar os veículos prometidos.
Francisco Sousa dos Santos, de 63 anos, relata que viajou de ônibus para Marília, após ver o anúncio que oferecia condições especiais para compra de caminhões, por meio de cartas de crédito contempladas.
“Fui recebido na rodoviária por uma pessoa que disse ser desse escritório. Me levaram na empresa – uma imobiliária – e fizeram as ofertas, mostrando catálogos. Fiquei desconfiado e achei que tinha perdido viagem”, relatou o caminhoneiro.
O homem conta que que decidiu ficar na cidade em busca de um bom negócio, após ter vendido o caminhão velho, para dar entrada em um novo. Por mensagem de celular, o vendedor da suposta carta de crédito insistiu e acabou o convencendo.
O depósito foi feito em Santarém, pela esposa do idoso. “Ela não queria fazer, ficou na dúvida, mas eles deram certeza que com esse valor eu ia voltar de caminhão e ainda sobrava para os pneus. Ia pagar os R$ 33,5 mil e mais parcelas de R$ 3,5 mil”, disse Francisco.
O contrato, assinado pela vítima na imobiliária, teve reconhecimento de firma do idoso, para dar “impressão de legalidade”. Porém, quem assinou como representante da parte contratada não tem nenhum vínculo com a empresa citada.
“Desde fevereiro estou em Marília tentando resolver isso. Não queria voltar para casa sem o dinheiro e sem caminhão. Está na Justiça e na polícia e espero que seja resolvido, porque é muita humilhação para um homem na minha idade”, conta o caminheiro.
A história de Francisco provocou comoção e ele teve ajuda para ficar em Marília. Acabou recebendo pernoites em um hotel no Centro e também apoio jurídico gratuito.
O advogado Israel Brilhante ingressou com ação cível na Justiça. O juiz Ernani Desco Filho, da 2ª Vara Cível de Marilia, deferiu pedido de liminar para que a empresa e os envolvidos sejam obrigados a devolver o valor R$ 33,5 mil ao paraense.
A devolução, porém, não encerra a investigação policial, que tramita na área do 3º Distrito Policial.