Polícia esclarece morte do jovem Dirceu Alonso
A Polícia Civil, através da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília, divulgou nesta sexta-feira (1) o esclarecimento do brutal crime do jovem Dirceu Hilário Ortega Alonso, de 21 anos, mais conhecido como Neto Alonso, sobrinho do atual prefeito de Marília, Daniel Alonso.
O homicídio ocorreu no último mês de janeiro, no Parque das Azaleias.
“Inicialmente convém ressaltar a complexidade das investigações, pois os fatos ocorreram em local em que impera a denominada ‘lei do silêncio’, o que acentua, em muito, a urgente necessidade da imediata criação de rede de apoio para proteção a vítimas e testemunhas, nos moldes da denominada ‘Casa Abrigo’ prevista no artigo 35 da Lei 11340/06, a chamada lei Maria da Penha”, disse o delegado Valdir Tramontini.
Segundo Tramontini, se apurou que Alonso sumiu no dia 08 de janeiro, por volta das 23h, quando deixou sua residência onde vivia com a amásia.
Ainda de acordo com a DIG, naquela ocasião, a vítima, que era usuário de cocaína, estaria sob efeito de drogas e teria se dirigido ao Parque das Azaleias, em conhecido ponto de tráfico na cidade.
No dia seguinte, 09 de janeiro, Alonso, para manutenção de seu vício, teria recebido entorpecentes de indivíduo de apelido ‘Nando’ (19 anos – morador naquela região) para venda a terceiros, mas ao invés de vendê-los, os consumiu.
“Neto Alonso, como era conhecido, sob contínuo uso de entorpecentes, ainda teria consumido uma segunda carga de drogas a ele entregue por Nando, fato que lhe causou a morte, eis que este último e o coautor Edinho (41 anos – morador no bairro Tofolli), passaram a agredi-lo até a morte com socos e pauladas na cabeça, para em seguida jogá-lo em desfiladeiro próximo, com o intuito de ocultação do cadáver, que somente foi localizado após muito empenho de terceiros, no dia 12 de janeiro, sendo de lá retirado no dia seguinte, com apoio de helicóptero”, diz comunicado da Polícia Civil.
Durante o período em que a vítima esteve desaparecida, se cogitou que Alonso teria caído acidentalmente no desfiladeiro.
“Entretanto, minucioso exame necroscópico concluiu que a característica das fraturas do segmento cefálico remete a lesões repetidas advindas de diferentes regiões, o que fala contra uma lesão única provocada por precipitação, e que os ferimentos corto contusos produzidos em segmento cefálico são compatíveis com lesões produzidas por terceiros e não por uma queda, denotando uma possível natureza homicida”, diz nota da delegacia especializada.
Para Tramontini, “trata-se de homicídio praticado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa do ofendido, o que qualifica o crime, equiparando-o a hediondo, com pena de 12 a 20 anos de reclusão”.
As prisões temporárias dos investigados foram decretadas após requerimento do delegado, sendo que Nando, que registra antecedentes criminais por tráfico de entorpecentes, foi preso já na manhã de ontem (28).
Edinho (com antecedentes por roubos e posse/tráfico de entorpecentes) se encontra foragido.