Cai auxílio BPC, mas pobreza cresce na pandemia
Enquanto a pobreza aumentou, caiu – nos últimos dois anos – o número dos atendidos pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) em Marília. O auxílio de um salário-mínimo é voltado a idosos carentes, com mais de 65 anos, que não conseguiram cumprir requisitos para aposentadoria ou ainda pessoas de qualquer idade com deficiência, incapacitadas para o trabalho.
Em setembro de 2019, antes da crise sanitária, com o país em condições econômicas mais favoráveis, Marília tinha 4.778 beneficiários. Naquele mês, o Ministério da Cidadania liberou para cada assistido R$ 998, em uma injeção de 4,7 milhões aos marilienses.
Um ano depois, já com alguns dos graves efeitos da pandemia, 4.753 pessoas foram consideradas aptas a receber. Seguindo o salário-mínimo, o valor estava em R$ 1.045 por pessoa, o que resultou em soma de R$ 4,9 milhões por mês em Marília.
Já o balanço de setembro deste ano – último dado disponibilizado pela Transparência da Controladoria Geral da União (CGU) – indicou 4.648 beneficiários na cidade. São 130 pessoas a menos que em 2019. Com o mínimo a R$ 1.100, o gasto da União na cidade foi de R$ 5,1 milhões.
MAIS DINHEIRO
O gasto público com o BPC, em Marília, aumentou 8,5% – na comparação entre os períodos. Já a arrecadação federal, que foi de R$ 113,9 bilhões em setembro de 2019 e passou para R$ 149,1 bi em setembro desse ano, avançou em 30%.
Para a secretária municipal da Assistência Social, Wânia Lombardi, os números ajudam a demonstrar que as prioridades federais não são sociais. Evidenciam ainda o desmonte de programas de Proteção Social, que são regidos pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
“E tem sido assim de forma geral. Tanto nas assistências diretas ao cidadão quanto no apoio às entidades. No caso das instituições sociais, por exemplo, a Prefeitura está fazendo subvenções para suprir necessidades que estão ficando descobertas, pela falta de repasses federais”, denuncia.
O Marília Notícia questionou o Ministério da Cidadania, mas até a publicação desta reportagem, o órgão federal ainda não havia se manifestado. O espaço segue aberto.
Quer receber notícias no seu WhatsApp? Clique aqui! Estamos no Telegram também, entre aqui.