Vereadora Daniela alega perseguição após PM deter filhos por desacato
Dois filhos da vereadora Professora Daniela (PL), ambos com 19 anos, se envolveram em nova polêmica com a Polícia Militar na madrugada deste domingo (17), no Jardim Araxá, zona Oeste de Marília. Além dos gêmeos, outro jovem de 21 anos também está envolvido na ocorrência.
Segundo versão da polícia, por volta das 4h30, durante uma operação de trânsito pela rua Manoel Santos Chieira, os militares perceberam que um veículo, Volkswagen Jetta, conduzido por um dos filhos da vereadora, seguia sentido bairro ao Centro, em alta velocidade.
De acordo com os militares, no carro, além dos gêmeos, havia outras duas pessoas no banco do passageiro traseiro – um estudante de 21 anos, e uma enfermeira, de 23, que estariam gritando, com parte do corpo para fora do automóvel.
A PM deu ordem de parada, a qual não teria sido percebida e obedecida, o que deu início ao acompanhamento. O motorista acabou estacionando depois de aproximadamente 50 metros.
Conforme a equipe policial, um dos filhos da vereadora, que conduzia o automóvel, apresentava sinais de embriaguez, tais como odor etílico, olhos avermelhados, fala pastosa e agressividade. De acordo com o registro da PM, ele ainda teria confessado ter ingerido bebida alcoólica, pois estava em uma festa, mas se recusou a passar pelo teste do bafômetro.
VERSÃO DA POLÍCIA
Assim que o rapaz foi informado que teria que ser conduzido até a Central de Polícia Judiciária (CPJ), ele teria supostamente se alterado e passado a dizer que era filho da vereadora, que a mãe mandava na polícia em Marília e que nenhum policial de “bosta” iria levá-lo.
Os militares deram voz de prisão ao jovem pelo crime de desacato. Dois dos passageiros – o irmão gêmeo dele e o estudante – passaram a agredir os policiais com socos e chutes, sendo necessário uso de força física para contê-los.
Segundo a versão dos policiais, a enfermeira, que apenas teria presenciado o ocorrido, teria caído quando tentava tirar o irmão – que era passageiro – do local.
Os gêmeos e o terceiro rapaz foram encaminhados até a CPJ. O médico legista constatou que o filho da vereadora, que dirigia o carro, não estava embriagado.
Foi elaborado um Boletim de Ocorrência por desacato e o trio foi liberado mediante termo de compromisso.
Houve realização de exame de corpo delito nos policiais, no passageiro e na enfermeira, já que apresentavam ferimentos. O veículo foi liberado para condutor habilitado.
VERSÃO DA FAMÍLIA
O advogado de defesa da vereadora, Cristiano Mazeto, explicou ao site que as medidas legais serão tomadas, uma vez que, segundo ele, os jovens não teriam agredido nenhum policial.
“Houve uma abordagem atípica contra eles. Nunca houve nenhum tipo de agressão por parte deles, não tinha nem como. Ao que parece houve um abuso de autoridade. Os meninos não tem absolutamente nenhum histórico de agressão. Nós temos como comprovar e vamos fazer isso. De qualquer forma, vamos tomar as medidas legais contra alguns policiais”, afirmou Mazeto.
A família alega perseguição por parte da corporação depois do polêmico caso envolvendo o sargento Alan Fabrício.
OPERAÇÃO
Na madruga deste domingo (17) a Polícia Militar realizou operação na região do Campus Universitário de Marília.
O objetivo foi atender aos inúmeros pedidos dos profissionais da saúde, que trabalham no Hospital Beneficente Unimar (HBU), bem como os moradores dos imóveis do Jardim Araxá e adjacências a respeito da perturbação de sossego.
Segundo a PM, tem sido constante realizações de eventos com grande número de pessoas, principalmente após às 4h da madrugada de quinta a domingo, com o uso de som automotivo em elevado volume e a presença de dezenas de veículos com condutores embriagados, além de motocicletas praticando manobras perigosas.
A ação contou com os policiais do serviço rotineiro de rádio patrulha bem como da equipe de trânsito do 9º BPMI.
Foram fiscalizados 107 automóveis e 87 motocicletas. Houve aplicação de 47 autuações, dentre elas nove por embriaguez, seis por recusa à realização do teste do bafômetro, cinco por execução de manobras perigosas, quatro por dirigir sem possuir CNH e três por som alto.
Foram recolhidos ao pátio do Detran dez motocicletas e nove automóveis. As multas por embriaguez, recusa ao teste e manobras perigosas custam, aproximadamente, R$ 3 mil a cada motorista, tendo como penalização também a suspensão do direito de dirigir.
De acordo com a nota da PM, um condutor embriagado foi conduzido a CPJ após desobedecer e desacatar as equipes policiais – caso do filho da vereadora citado acima.
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