Servidores municipais sofrem com plano de saúde
Servidores municipais e aposentados ouvidos pelo Marília Notícia reclamaram dos preços tanto do novo plano de saúde da Unimed, quanto da possibilidade que surgiu nos últimos dias de optarem pelo antigo modelo via ASPMM (Associação dos Servidores Públicos Municipais de Marília) – que não tem mais o subsídio que era dado pela Prefeitura.
Quanto mais velho for o funcionário – ou aposentado -, mais caro fica a opção pelo novo plano com intermediação da Prefeitura. Muitos beneficiários estão optando por ficar com o plano nos moldes antigos, mas assistem ao valor praticamente dobrar em relação ao que era cobrado até recentemente.
No caso do novo plano oferecido pela Unimed – com 20% de subsídio para o titular e não os antigos 35% – em algumas situações os valores se equiparam ao de outros planos privados mesmo sem o custeio do poder público.
Aposentado há dois anos da Prefeitura, Everaldo Batista da Silva, 63 anos, pagava até recentemente R$ 448 por mês, tanto para ele ter o plano de saúde, quanto para sua mulher, de 64 anos, sua dependente.
Pelo novo contrato com a Unimed, o valor subiria para R$ 1.295. Com a possibilidade de voltar para o contrato antigo – mesmo sem o custeio da administração – o valor fica mais em conta do que pelo intermédio da Prefeitura: R$ 794,58.
“Eu escolhi retomar o contrato antigo, pela a ASPMM, que eu tinha há quase 20 anos, mas agora sem o desconto da Prefeitura vai quase dobrar. Se eu fosse escolher o novo plano da Unimed o valor ia triplicar”, conta o aposentado.
A reportagem pesquisou a situação de Everaldo com outro plano de saúde particular da cidade. Caso ele resolvesse abandonar os planos de saúde intermediados tanto pela Prefeitura, quando pela Associação, pagaria entre R$ 1,3 mil e R$ 1,6 mil.
Outro caso é do marceneiro da Secretaria de Obras Antônio José da Costa, 44 anos, que tem como dependentes a esposa, da mesma faixa etária que ele, e a filha, de 14 anos. No caso dele, entre as possibilidades postas, o novo plano da Unimed está compensando mais.
O novo valor fica em R$ 598, enquanto a retomada do plano intermediado pela ASPMM ficaria R$ 615. No entanto, antes das mudanças ele pagava apenas R$ 347. “Na prática tive um aumento de 92%, fora o aumento de 17% que decretaram no começo do ano”, reclamou.
Se Antônio tivesse escolhido desistir dos planos intermediados tanto pela Prefeitura, quanto pela Associação, ele poderia encontrar planos privados na cidade para toda a família entre R$ 800 e R$ 1.038.
Entenda
A Unimed iniciou no último dia 13 o atendimento aos servidores da Prefeitura de Marília para renovação do plano de saúde depois de ter vencido um tumultuado processo licitatório.
A mesma empresa já prestava o serviço há anos via contrato com a ASPMM, que recebia repasses da Prefeitura para arcar com até 35% dos valores do convênio cobrado do funcionalismo.
O TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) entendeu recentemente que o repasse de valores para a Associação era irregular, o que motivou a abertura da licitação diretamente com a Prefeitura.
Recentemente, a Justiça determinou que fosse restaurada a possibilidade de serem retomados os antigos planos com a ASPMM, mas sem o subsídio da administração municipal.