Plano de Mobilidade prevê VLT em Marília por R$ 420 milhões

Mapa previsto para o VLT de Marília (Imagem: Reprodução)

O Plano de Mobilidade Urbana de Marília, aberto nesta quinta-feira (18) para consulta pública pela população e sociedade civil, contém projetos ousados. Entre eles, destaque para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A proposta é inspirada no meio de transporte que liga as cidades de Santos e São Vicente, no litoral paulista e a previsão é de implantação em longo prazo, entre seis e dez anos, pelo custo total de mais de R$ 420 milhões.

Para se ter ideia, isso representa atualmente quase metade de todo o orçamento anual do município. O investimento, de acordo com o Plano de Mobilidade, seria feito por meio de concessão à iniciativa privada ou através de Parceria Público Privada (PPP).

O financiamento do projeto, segundo a previsão, poderia ser pago em 30 anos com o custo de R$ 14 milhões por ano. O Plano de Mobilidade traz considerações sobre a viabilidade da proposta.

“Neste estágio de planejamento urbano para Marília, o mais provável indicador de OD (Origem-Destino) de passageiros para o VLT é o levantamento junto aos concessionários do número de passagens pagas pelos usuários de ônibus”, consta no documento.

“O indicador médio para cada 100.000 habitantes indica que ocorrem de 250.000 a 300.000 passagens/mês. Portanto, pode-se presumir que em Marília o sistema de transporte coletivo deva gerar entre 625.000 a 750.000 passagens/mês”, afirma o documento.

Implementação

O primeiro passo para a criação do VLT em Marília, ligando de Lácio a Padre Nóbrega, com quatro estações urbanas, é a implantação de pessoal para gestão das tarefas na Emdurb. Em seguida, será preciso abrir licitação para o projeto básico.

Para a implantação da plataforma de rolamento do VLT, segundo o Plano de Mobilidade, “deve-se buscar o uso da laje de cobertura do túnel de rebaixamento da ferrovia, em prol da economia”.

Outra ideia apresentada é a implantação de um túnel no trecho da região central da cidade, para atender apenas o transporte ferroviário de carga e, sobre a laje de cobertura desse túnel, uma pista exclusiva para o VLT.

VLT que liga Santos e São Vicente, no litoral paulista, pode ser utilizado de modelo (Foto: Divulgação)

“Importante lembrar que a retomada do transporte de carga está prevista para o ano de 2024. Serão comboios com mais de 1000 metros de extensão, passando pelo centro, interrompendo o trânsito e causando outros transtornos”, consta no documento.

Com o VLT a ideia é integrar o transporte por meio de ônibus com outros modais e, assim, reduzir os veículos em circulação.

Outros projetos

O Plano de Mobilidade de Marília prevê ainda outros importantes projetos a serem implementados em curto, médio e longo prazo.

Entre eles, está a integração do VLT com o Parque Linear, previsto para ser instalado no Centro da cidade, além das chamadas ‘Vias Verdes’ por toda a cidade, com ciclovias.

Outra proposta é a criação do ‘Passeio do Centro’, inspirado na rua Avanhandava, em São Paulo.

“O centro comercial de Marília é hoje identificado pela desorganização viária, má-mobilidade, deficiência estética, caótica e poluída. Não só as ruas, mas também as calçadas, são estreitas e prejudicadas pelo excesso de postes, postinhos e outros elementos estranhos complicando a circulação e segurança dos pedestres”, consta no documento.

Audiência pública

A consulta pública sobre o Plano de Mobilidade Urbana apresentado acontece durante 15 dias, entre 21 de setembro e 5 de outubro.

“Serão recebidas sugestões   e   comentários   de   toda   a   população,   através   de correspondência eletrônica através do e-mail: [email protected] e de correspondência convencional”, afirma a Emdurb.

Já a audiência pública para discutir o Plano de Mobilidade será realizada no dia 16 de Outubro das 09h às 12h, no auditório da Teatro Municipal, localizado na avenida Rio Branco.

Para baixar a íntegra do documento, [clique aqui]. Veja abaixo a previsão de investimentos.