Pesquisa termina sem encontrar coronavírus na cidade
A pesquisa Epicovid19-BR, que apura a prevalência do coronavírus no país e incluiu Marília, terminou sem encontrar o microrganismo causador da doença na cidade. O resultado do estudo foi divulgado pela Vigilância Epidemiológica de Marília.
A última etapa começou no domingo passado (21) em Marília e mais 132 cidades do Brasil. No total, foram examinadas 750 pessoas na cidade, escolhidas conforme metodologia que emprega um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como base.
O estudo é feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com financiamento do Ministério da Saúde e Execução do Ibope Inteligência.
A supervisora da Vigilância Sanitária na cidade, Alessandra Arrigoni, mencionou o estudo como um dos fundamentos para que o município não adote a chamada testagem em massa. Na cidade, são testadas apenas pessoas que apresentam sintomas do novo coronavírus.
“Foi realizada em três momentos diferentes, em testes aleatórios, em lugares aleatórios e tivemos esse resultado de nenhum positivo. Quando as pessoas afirmam que tem que testar, testar e testar… então, estamos testando. Temos 12 unidades de sintomáticos, que sempre que uma unidade detecta um paciente positivo, é feita a abordagem em toda a família, os contatos. O trabalho está sendo feito”, defendeu Alessandra.
Polêmicas
A pesquisa enfrentou já queixas de desorganização. Embora tenha sido financiada pelo órgão governamental, antes do início da primeira etapa não houve comunicação eficiente entre o governo federal e as secretarias municipais de saúde.
O resultado foi alta rejeição da população, inclusive em Marília, impedimento dos pesquisadores atuarem em alguns municípios e até acionamento da polícia, devido a desconfiança dos moradores.
A Universidade envolvida no estudo usou a imprensa para tentar esclarecer inúmeros incidentes pelo país.
Resultados
A primeira fase do estudo entrevistou e testou 229 marilienses, entre os dias 14 e 21 de maio. Em nenhum houve resultado positivo para o novo coronavírus.
Já entre os dias 4 e 7 de junho, a pesquisa teve amostra de 250 marilienses, novamente escolhidos por sorteio. O resultado negativo para todos voltou a se repetir.
Entre a primeira e a segunda etapa, os resultados nacionais indicaram aumento de 50% na prevalência da doença no país. Em geral, o estudo detectou anticorpos – indicando se a pessoa já teve ou tem o coronavírus – em uma população estimada em 2,8% dos brasileiros, podendo variar de 2,6% a 3,0%, pela margem de erro da pesquisa.