Pente-fino reduz número de beneficiários do Bolsa Família
A quantidade de famílias atendidas em Marília pelo Programa Bolsa Família teve uma redução de 5,2% entre janeiro e dezembro de 2018, de acordo com dados do Governo Federal.
No começo do ano passado eram 6.228 grupos familiares que recebiam o benefício, enquanto no mês de dezembro esse número caiu para 5.903, mais de 330 a menos.
O Ministério afirma ainda que na cidade existem 248 famílias em fase de suspensão do programa.
De acordo com a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Wania Lombardi, a exclusão dessas famílias aconteceu provavelmente após um “pente-fino” feito pelo Governo Federal no programa durante o ano passado.
Ainda assim, vale lembrar que Marília vem perdendo beneficiários do Bolsa Família ano a ano desde 2015. Em comparação com o ápice de famílias atendidas, 2013, já são cerca de 25% a menos.
“Existia muita fraude e o Bolsa Família foi esmiuçado pelo Ministério em 2018. Houve um avanço muito grande no cruzamento de dados da Receita Federal, INSS e outros órgãos”, comenta Wania.
De acordo com ela, ações municipais para o combate à pobreza também podem ajudar a explicar a redução do número de dependentes do Bolsa Família, mas não chegariam aos 5% que mostram o Ministério.
“Estamos com equipes fazendo levantamentos de dados da população de Marília. Os resultados devem sair em março. Então vamos conseguir um diagnóstico mais preciso sobre a vulnerabilidade social na cidade”, diz Wania.
Ao mesmo tempo, em 2018 o valor médio pago para cada família beneficiada aumentou de R$ 161,23 para R$ 167,43. Isso significa um aumento de 3,8%.
Vale lembrar que o ex-presidente Michel Temer (MDB) reajustou em 5,67% o benefício pago pelo programa em julho de 2018. O valor foi superior ao acumulado pela inflação desde 2016.
Cobertura
Em Marília, de acordo com o Governo Federal, as famílias beneficiadas pelo Bolsa Família equivalem, aproximadamente, a 6,57% da população total do município. Entre elas estão 2.559 famílias que, sem o programa, estariam em condição de extrema pobreza.
Conforme estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), fundação pública federal vinculada ao Ministério do Planejamento, a cada R$ 1 transferido às famílias do programa, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal tem um acréscimo de R$ 1,78.
A cobertura do programa é de 85,29% em relação à estimativa de famílias pobres no município. Essa estimativa é calculada com base nos dados mais atuais do Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).