Pedido de ‘caixinha’ para funcionários no HC vira polêmica em Marília
A superintendente do Hospital das Clínicas de Marília, a médica Paloma Libânio, foi denunciada ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por servidores do hospital por suposto assédio moral. A gestora estaria pedindo dinheiro aos funcionários para bancar propaganda política e presentes que seriam entregues aos pacientes, com intuito de melhorar a imagem da instituição.
A reprodução de um desses pedidos (print) chegou até o Marília Notícia. Por meio do próprio número de telefone, a superintendente do HC enviou mensagens através do aplicativo Whatsapp para solicitar os depósitos em uma chave Pix, cadastrada em seu CPF.
“Olá gestor. Estamos arrecadando fundos para arcar com despesas diversas do HCFamema, (por) que a superintendência precisa sempre providenciar lembranças brindes, anúncios e etc. Os anúncios da imprensa todos devem imaginar a importância deles pois sabemos bem o que passamos a cada publicação contra o HCFamema”, diz a mensagem de Paloma a uma pessoa que trabalha no HC em cargo comissionado.
No pedido do dinheiro, ela ainda deixa aberto que outros valores podem ser sugeridos. “Para tanto contamos, com sua colaboração. Valor sugerido: R$ 100, mas vocês podem sugerir outra proposta ou valor para termos sempre uma caixinha para isto. O que acham?”, sugeriu a superintendente.
O MN também teve acesso a conversas entre servidores comentando a situação. Parte dos comissionados se mostraram incomodados com o pedido, que também teria sido feito no final de 2023.
Segundo informações apuradas, a maioria teria contribuído com pequenos valores. Parte dos comissionados estariam de acordo com a proposta, mas outra ala dentro do hospital se mostrou bastante descontente.
Em dezembro do ano passado a superintendente respondia por 82 cargos de confiança na instituição.
O Marília Notícia entrou em contato com o MP-SP para saber como está a avaliação da denúncia. Até a publicação dessa reportagem, não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que não recebeu denúncias relacionadas ao caso e que “possui canais de ouvidoria para receber sugestões e reclamações. A unidade realiza ações internas de arrecadação de brindes, como frutas, cestas de café, ou campanha solidária revertida para a própria comunidade. Diante do aviso da imprensa, vai apurar a situação.”
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, Paloma Libânio se disse ‘chocada’ com a ‘maldade das pessoas’.
“Nós, do HCFamema, realizamos ações voluntárias entre os gestores para arrecadação e aquisições de materiais como brindes, lembranças, cestas, frutas, cafés e despesas diversas do dia a dia. Como por exemplo para a realização do Programa HC até Você, para o qual conseguimos todos os materiais e estruturas por meio de ações voluntárias”, disse a superintendente.
Paloma afirmou tratar-se de uma inverdade o suposto assédio moral e que todas as doações são voluntárias para ajudar pessoas que dependem do HC.