Paralisação deixa escolas estaduais sem aulas
Pelo menos 80% das cerca de 35 escolas estaduais em Marília estão sem aulas nesta quarta-feira (15), de acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
A paralisação dos docentes faz parte de mobilização nacional contra a reforma previdenciária discutida no Congresso.
A falta de aulas afeta a vida de milhares de alunos em Marília e suas famílias. A continuidade da paralisação pelos próximos dias não está descartada. Na região outras escolas estão envolvidas.
Uma greve deve ser decidida em assembleia marcada para 14h em São Paulo, para onde partiu um ônibus com quase 50 professores marilienses.
“Meu filho estuda no Bento [Escola Estadual Bento de Abreu Sampaio Vidal, no Jardim Maria Izabel], mandaram recado avisando que não teria aula hoje”, disse uma mãe ao Marília Notícia.
No Centro de Marília, às 15h, está marcada uma panfletagem dos professores com outras organizações sindicais. O objetivo é chamar a atenção da população para a questão da reforma previdenciária.
O MN conversou sobre o assunto com uma das diretoras da Apeoesp de Marília, Carmem Urquiza. “Parte dos professores vieram para São Paulo e outra parte está engajada na panfletagem em Marília. Ontem [terça-feira], nosso levantamento apontava praticamente uma paralisação total”, comenta.
De acordo com ela, a paralisação conta com o apoio de diretores e funcionários da Educação do Estado.
Mobilização
Além dos professores da rede estadual, participarão de panfletagem em Marília profissionais do Sindicato dos Metalúrgicos, Alimentação, Químicos, Gráficos, Transportes Rodoviários, Construção Civil, Servidores Municipais (da Força Sindical), bancários (independentes), funcionários da Unesp e outros.
Assim como a reforma da previdência, a reforma trabalhista que vem por ai também motiva esses setores a se organizarem.
“As duas “reformas” propostas pelo governo, a previdenciária e a trabalhista, se forem aprovadas pelo Congresso Nacional, vão beneficiar apenas uma parcela da sociedade e não irão melhorar o padrão de vida da grande maioria da população. Por isto, nem pensar em negociar estas falsas reformas”, fala o coordenador regional da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Marília, Irton Siqueira Torres.
Secretaria da Educação
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado que respondeu em nota: “Nesta manhã, a mobilização nacional contra a reforma da previdência paralisou 4,25% das escolas no Estado de São Paulo. Todo o conteúdo perdido será reposto em data a ser determinada pelo Conselho Escolar de cada unidade. Os docentes que não justificarem a falta terão o dia descontado”.