Para manter equilíbrio fiscal, Prefeitura de Marília decreta corte de gastos
A Prefeitura de Marília publicou um decreto que impõe uma série de restrições orçamentárias para conter despesas até o final de 2025. A medida foi assinada pelo prefeito Vinícius Camarinha (PSDB) na sexta-feira (1º) e divulgada no Diário Oficial do Município deste sábado (2).
O Decreto nº 14.750/2025 determina que todas as secretarias e autarquias municipais adotem medidas de adequação financeira, sob a justificativa de queda na arrecadação e necessidade de equilíbrio fiscal, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Entre as ações previstas estão a redução de contratos, suspensão de novas contratações e limitação de horas extras.
Cortes e suspensões
O decreto estabelece as seguintes medidas:
- Redução mínima de 20% nos valores de contratos de aluguel de imóveis;
- Corte de pelo menos 50% nos custos de eventos, ações institucionais e comemorativas;
- Suspensão do pagamento de banco de horas acumuladas, com limite de até 20 horas extras mensais por servidor, desde que justificadas e autorizadas;
- Congelamento de admissões e nomeações, salvo reposições por aposentadoria, falecimento ou exoneração;
- Suspensão de reajustes, recomposições salariais, reequilíbrios contratuais e alterações de estrutura de carreira;
- Proibição de novas subvenções sociais, patrocínios, doações e contribuições;
- Corte de gastos com coffee break, passagens aéreas e manutenção de veículos, exceto para serviços essenciais.
Também fica determinada a priorização do uso de recursos vinculados — como verbas federais ou estaduais específicas — em vez de recursos próprios, sempre que possível.
Áreas preservadas
Apesar das restrições, o decreto assegura a manutenção de despesas com saúde e educação, conforme os percentuais mínimos exigidos pela Constituição Federal.
Também estão excluídos da limitação os gastos com pagamento de pessoal já admitido, precatórios, obrigações judiciais e encargos da dívida pública.
Entre os serviços considerados essenciais estão:
- Urgência e emergência em saúde (UPAs, SAMU, hospitais e UBSs com plantão);
- Vigilância patrimonial;
- Coleta e destinação de lixo;
- Defesa civil e resposta a calamidades;
- Limpeza urbana;
- Transporte escolar.
Monitoramento e penalidades
Todas as secretarias deverão encaminhar relatórios mensais de execução orçamentária à Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento Econômico. O objetivo é evitar o descumprimento das metas fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O texto prevê que o descumprimento das medidas pode resultar em bloqueio orçamentário da pasta e responsabilização do gestor responsável pela despesa.
As regras permanecem em vigor até 31 de dezembro deste ano. Caso a arrecadação municipal seja retomada, há possibilidade de recomposição gradual das dotações orçamentárias.