Pais destacam vacina como ato de amor e responsabilidade
Na hora da injeção, Maria Clara Magi, de onze anos, apertou forte a mão da assistente social Vanessa Magi, sua mãe. Felizmente, não doeu, conta a menina. Foi só uma picadinha. Em poucas semanas, a garota com anemia falciforme estará mais protegida contra a Covid-19, assim que o organismo desenvolver imunidade pela vacinação.
Em Marília, cinco unidades de saúde que abriram no fim da tarde desta quarta-feira (19), especificamente para receber as crianças de cinco anos a 11 anos, com comorbidades ou deficiências permanentes. A cidade recebeu 1.040 doses do Governo do Estado nesta primeira remessa, mas apenas 300 crianças foram agendadas.
“Foi mais emocionante ver ela sendo vacinada, do que quando foi a minha vez. Nós já deveríamos ter imunizado as nossas crianças, não fosse a irresponsabilidade de alguns dos nossos governantes, que negaram a gravidade da pandemia e a importância da vacina”, protestou Vanessa Magi.
Não vacinar seu filho caçula, para o assistente de tráfego Eduardo Massarenti Gianini, nunca foi uma alternativa. Guilherme tem onze anos e nasceu com paralisia cerebral. O pai considera o imunizante contra a Covid-19 tão importante quanto as demais vacinas que o filho recebeu.
“Meus filhos sempre tomaram todas as vacinas. Não tem nem o que pensar. Vacinar é uma atitude de cuidado, de responsabilidade. No caso do coronavírus, todo mundo viu e ainda estamos vendo o que essa doença pode provocar”, lembrou o pai.
A abertura oficial desta etapa da campanha – intitulada “Imuniza Marília Kids” – aconteceu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Chico Mendes, com a presença do prefeito Daniel Alonso (PSDB), secretário Cassio Luiz Pinto Júnior e técnicos da pasta.
Ivan Rosa, de sete anos, foi o primeiro a receber a vacina. Ele é filho da designer Nathália Rosa e do jornalista Fábio Rosa. O profissional fazia reportagem na unidade e teve o privilégio de relatar a primeira vacinação pediátrica em Marília, contra a doença que fez o mundo parar.
“Como pai, fico extremamente emocionado. Enquanto cidadão, vejo que vacinação é uma ferramenta de proteção. É o que temos à mão. Usamos máscara, álcool em gel e evitamos as aglomerações, mas não podemos abrir mão da vacina. Há muitas décadas o Brasil salva vidas com vacina. Tivemos dúvidas, questionamos, mas optamos pela ciência e pela razão”, afirmou o jornalista.
Na UBS São Judas foram cerca de 100 agendamentos, número próximo ao total de vagas abertas para o primeiro dia de aplicação da vacina. Os funcionários observaram que vários pais chegaram além do horário agendado, mas todos que buscaram o serviço foram atendidos.
Para o comerciante Georges Domingues, que levou ao posto a filha Ana Carolina, de nove anos, a pandemia revelou muita falta de respeito. “Muita gente não levou e não está levando a sério. Não usam máscara, se aglomeram e isso arrastou a pandemia”, ressaltou.
O comerciante conta que pessoas próximas adoeceram. “É uma doença que precisa ser combatida e hoje temos a vacina. Tomei a terceira dose recentemente. Em casa todos estão vacinados”, contou.
A professora Bruna Turatti, que levou para ser imunizado o filho Pedro, de oito anos, enxerga a vacina como sinônimo de vida.
“Não podemos negar esse direito a eles. A vacina salva. Ver meu filho sendo imunizado foi emocionante. Senti mais alegria, do que no dia em que chegou a minha vez. Vamos continuar tomando todos os cuidados, esperando que essa pandemia seja uma lembrança no passado”, disse.