Paciente chega a Santa Casa de helicóptero
Uma operação para salvar a vida de um garoto de 12 anos, paciente do SUS (Sistema Único de Saúde), mobilizou o serviço de regulação da Secretaria de Estado da Saúde, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Santa Casa de Misericórdia de Marília. O menino foi vítima de um acidente com combustível em Bragança Paulista e venceu os 440 quilômetros de distância entre Marília e a cidade de origem à bordo do helicóptero Águia.
O paciente, que teve a identidade preservada pela assessoria de imprensa do hospital, sofreu queimaduras em cerca de 40% do corpo. Ele foi transferido na tarde do último sábado (02) e está internado na UTQ (Unidade de Terapia de Queimados) da Santa Casa de Marília sob cuidados especializados.
A aterrissagem aconteceu no campo de futebol do Yara Clube e o transporte até o hospital teve apoio dos bombeiros locais. “Recebemos uma ligação perguntando se poderia descer no gramado. Não pensamos duas vezes. A vida está em primeiro lugar”, disse o gerente do clube, Manoel Tadeu da Silva.
O menino passou por uma reavaliação médica assim que chegou ao Pronto Saúde e foi transferido ao setor especializado. Três dias depois, está consciente, orientado e com prognóstico favorável.
A enfermeira Eliane Amanda Simões, que participou do acolhimento, explica que o transporte aéreo foi um recurso fundamental para a evolução positiva. O garoto tratado pelo SUS recebe atenção médica e de enfermagem com recursos de alta tecnologia, incluindo curativos com sedação, que amenizam a dor e o impacto psicológico, geralmente verificado em pacientes com queimaduras.
O uso do helicóptero Águia no transporte médico é um recurso excepcional, em que há risco de grande prejuízo à vida, caso não seja feita a intervenção. Em maio do ano passado, um garoto de 7 anos (morador em Garça), que estava a caminho de São Paulo para um transplante de coração, foi resgatado de um congestionamento na rodovia Castelo Branco (SP-280).
Geralmente, estes transportes só acontecem para centros que oferecem tratamentos altamente especializados, como é o caso da Santa Casa de Marília. A unidade de queimados (total de 8 leitos) não se limita à região de referência da DRS IV (62 municípios) e está à disposição do SUS para todo o Estado de São Paulo, por meio da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).
O provedor do hospital, Milton Tédde, explica que o perfil do paciente queimado, muitas vezes, impõe longa permanência. Em 2015, por exemplo, a UTQ registrou 52 internações. Neste número não estão incluídos os pacientes que receberam terapia de queimados nas UTIs Geral e Pediátrica (casos críticos).
“O volume de internações pode parecer um número pequeno, mas se desdobra quando levamos em conta que, infelizmente, esse paciente demora a ter alta. Os 52 internados se desdobraram em 1.704 diárias. Só para facilitar a compreensão, cada paciente ficou, em média, 32 dias conosco”, disse Tédde.
A superintendente da Santa Casa, Kátia Ferraz Santana, destacou a dedicação dos funcionários, da equipe médica e dos parceiros que atuaram na operação de transporte e acolhimento. Ela lembrou que a valorização da vida é primordial.
“Todos trabalharam com muito amor e competência. Nossa torcida agora é o rápido restabelecimento da saúde e a reintegração ao lar”, disse.