Outubro Rosa: câncer de mama em homens também requer atenção
Segundo os Registros de Câncer e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS) realizados em 2018 e 2019 pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama ainda é o tipo com maior incidência entre as mulheres, representando 29,5% dos casos de neoplasia. É também o tipo de tumor que mais mata mulheres no Brasil: 16,1% entre todas as neoplasias.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação anormal e descontrolada de células mamárias. E também afeta os homens. “Entre os homens, a incidência é menor. Para cada cem diagnósticos de câncer de mama em mulheres, diagnosticamos um câncer de mama no homem”, explica Andrea Cubero, mastologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Apesar disso, os sintomas da doença em homens e mulheres são os mesmos: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo), saída de líquido anormal das mamas, dor recorrente nos seios e pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
Nos homens, a questão genética também influencia, na avaliação da médica Fabiana Makdissi, diretora do Departamento de Mastologia do Hospital A.C. Camargo. “Normalmente, ele aparece em homens mais velhos, acima dos 60 anos, e pode ser mais frequente em homens cujas famílias apresentam muitos casos de câncer de mama, mesmo que em mulheres, e câncer de ovário”, esclarece.
Diagnóstico
Especialistas não costumam fazer exame de rastreamento de câncer de mama em homens, exceto se o paciente buscar o serviço médico com alguma queixa. “Ao primeiro sinal de um caroço na mama ou inchaço próximo do mamilo, secreção, é bom agendar um médico. O aumento da mama no homem pode ser só uma ginecomastia, que significa um aumento totalmente benigno da glândula mamária do homem, sem risco para câncer de mama”, afirma Fabiana Makdissi, do A.C. Camargo.
Tratamento
A mama masculina é pequena e os nódulos costumam ficar atrás do mamilo. O procedimento cirúrgico no homem é diferente, como explica a médica. “A cirurgia costuma ser a retirada de toda a mama com a aréola e o mamilo tendo de sair como margem de segurança (mastectomia total), com a cirurgia para a retirada de gânglio”, afirma Makdissi.
Quimioterapia, radioterapia e bloqueio dos hormônios são tratamentos complementares e que podem ser recomendados pelo especialista.