Organização que vendia ‘drogas de luxo’ movimentou R$ 1,3 milhão
Os jovens presos durante a operação Synthlux da Polícia Civil seguem atrás das grades. Pelo menos seis pedidos de liberdade já foram solicitados junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), mas até o momento, nenhuma decisão permitiu que respondessem ao processo longe da prisão. A manutenção das detenções é fruto do trabalho policial, com base em provas robustas do envolvimento dos acusados com o tráfico de entorpecentes.
Segundo apuração do Marília Notícia, a investigação descobriu que os suspeitos movimentavam grande quantidade de dinheiro, proveniente da comercialização ilegal de drogas.
A Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) identificou a quadrilha que atuava na comercialização de drogas sintéticas, com custo elevado, para pessoas de classe alta de Marília. Os policiais conseguiram apurar a existência de organização para o tráfico e ainda lavagem de dinheiro.
O líder da quadrilha acumulava grande patrimônio, fruto do dinheiro obtido com a prática ilícita. Foi verificado que promovia intensa movimentação financeira, em suas contas bancárias e também de outras pessoas, ultrapassando a quantia de R$ 1,3 milhão em pouco tempo.
A identidade do suspeito não foi divulgada, mas ele seria proprietário de vários imóveis registrados no próprio nome e no de terceiros, com casas em condomínios fechados de alto padrão, apartamentos, terrenos e salões comerciais em Marília, além de casa na praia e imóveis em diversas outras localidades.
Seu estilo de vida, com muito luxo e viagens para o exterior, além dos imóveis, não coincidiam com seus ganhos declarados. A investigação teria apurado que ele pagaria R$ 9 mil para um contador não identificado, que seria responsável por emitir notas fiscais fraudulentas em valores que variavam entre R$ 150 mil e R$ 200 mil, para que pudesse adquirir bens.
A quadrilha movimentava grande volume de drogas, com destaque para o haxixe e drogas sintéticas, com público-alvo composto por estudantes e jovens de classe social elevada, já que cada grama do entorpecente pode variar entre R$ 50 e R$ 150 em dinheiro.
O núcleo de Marília contava com um chefe, um administrador, um gerente, vários vendedores, alguns que armazenavam a droga e ainda um suposto responsável pelo cultivo. Ainda tinham fornecedores, transportadores e colaboradores na logística e todas as suas operações.
Os policiais civis da Dise de Marília apuraram que grande parte do entorpecente era enviada para diversas cidades pelos Correios e por uma transportadora.
Com base na apuração da Polícia Civil, foram expedidos mandados de busca e apreensão, além de mandados de prisão, para os diversos suspeitos de envolvimento com o comércio ilícito de drogas de luxo. O caso ainda está sendo apurado pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes de Marília.
OPERAÇÃO POLICIAL
A Polícia Civil deflagrou no dia 7 de fevereiro a operação Synthlux, com a finalidade de desmantelar uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas.
Segundo o delegado titular da especializada, João Carlos Domingues, a polícia cumpriu 22 mandados de prisão e 34 de busca e apreensão. A operação ocorreu em Marília e diversas cidades, como Bauru, Ourinhos, Assis, São Paulo e Catanduva.
Só em Marília foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão. A operação durou o dia todo, mas até o final da manhã já tinham sido apreendidos celulares, computadores, droga, dinheiro e alguns veículos.
O delegado explicou, na ocasião, que a operação já estava em andamento há quase um ano.
“Começamos com ela pequena e se expandiu. A gente apurou que se trata de uma organização criminosa, envolvida no tráfico de entorpecentes. São pessoas de classe média alta envolvidas. […] Temos pessoas envolvidas com essa organização criminosa no Brasil inteiro. Nós enxugamos um pouco a operação para termos condições materiais e humanas de realizar”, detalhou Domingues ao Marília Notícia.
“Estamos fazendo operação em Marília, Bauru, Ourinhos, Assis, São Paulo, Catanduva. Mas na realidade, existem membros dessa quadrilha em outras unidades da federação, como Santa Catarina, Brasília, Recife. É uma organização criminosa bastante grandiosa, a especialidade deles é o haxixe e uma infinidade de drogas sintéticas. Hoje o preço dessa droga está girando em torno de R$ 200 o grama. Não é para qualquer um. É uma droga comercializada nas camadas sociais mais elevadas”, afirmou o delegado.
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