Ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 chega a 98,21% em Marília
A ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), reservados para pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19 em Marília, chegou a 98,21% nesta segunda-feira (4). Até a noite de ontem havia apenas uma vaga disponível.
Com a lotação máxima, os próximos marilienses com sintomas do novo coronavírus que precisarem de UTI terão de ser levados para outras cidades com leitos disponíveis.
Não havia mais espaço no Hospital Beneficente Unimar (HBU), nem na Santa Casa de Marília. No Hospital das Clínicas somente uma vaga estava disponível.
A empresa responsável pelo transporte de pacientes de Marília para outras cidades já está de sobreaviso.
Para complicar ainda mais, a situação crítica não se resume aos leitos de UTI. As vagas em leitos de enfermagem reservadas para Covid-19 no município também estão próximas do colapso. Neste caso, a lotação chegou a 75%.
Logo, qualquer morador de Marília que precise de internação – mesmo casos menos graves – será levado para outras cidades, longe de amigos e familiares, o que pode ter um impacto significativo no psicológico desses pacientes.
Os marilienses parecem estar pagando o preço por ‘flexibilizarem’ os cuidados básicos com as medidas preventivas, o que pode também ter ligação com reuniões em festas de final de ano.
Entre os feriados de Natal e Ano Novo, separados por uma semana, houve aumento na procura pelos serviços de saúde do município. O mesmo movimento aconteceu em relação à assistência farmacêutica.
Análise
De acordo com o secretário da Saúde, Cássio Luiz Pinto, o colapso da estrutura de saúde local “pode estar refletindo o comportamento de aglomeração da população nas comemorações de final de ano”.
“Mesmo com a alta taxa, nossos prestadores e profissionais estão envidando esforços para oferecer o melhor cuidado à população. Porém, alertamos que os serviços de atenção primária e os hospitais estão com uma superlotação, causando um tempo de espera grande nas portas dos serviços”, afirma Cassinho, como é conhecido.
“Solicitamos a colaboração da população nas medidas de proteção e, especialmente, na compreensão desta espera nos serviços de saúde”, destaca o chefe da Saúde municipal.
A superintendente do HC/Famema também chamou a atenção da população. “Profissionais da Saúde seguem trabalhando 24 horas, cuidando de quem precisar. Gestores tentam de todas as formas evitar o colapso do sistema de saúde e financeiro. E você?”, questiona ela.
“Precisa seguir as orientações. Máscara (da forma correta), distanciamento (e não isolamento), álcool em gel… Para que os profissionais de saúde não tenham que escolher quem vai ocupar o leito de UTI”, escreveu Paloma.