Obra do esgoto chega a 80%; 72 mil famílias serão beneficiadas
Até o final do ano 72 mil famílias da zona Oeste, Sul e parte da Norte de Marília passarão a ter, finalmente, o esgoto produzido em suas residências tratado.
O cálculo de residências que serão atendidas é do presidente do Departamento de Água e Esgoto de Marília, Marcelo Macedo.
Segundo o Instituto Trata Brasil, o município é o único da bacia Aguapeí/Rio do Peixe que não trata nada do seu esgoto.
Apesar da coleta ser feita em praticamente toda a cidade, a destinação ainda pode ser considerada “medieval”.
Hoje o despejo em 100% da cidade é feito ‘in natura’ nos rios e outros corpos d’água. Isso implica em problemas ambientais, de saúde pública e atravanca o desenvolvimento de Marília.
O possível turismo também é prejudicado na cidade, que conta com dezenas de belas cachoeiras – impróprias para banho.
Estima-se que a município produza 12 toneladas de esgoto por dia, segundo projeções com base em informações da Agência Nacional de Águas (ANA).
Desse total, 67% são produzidos nas áreas citadas acima. Em breve, deixarão de ser jogados diariamente na natureza 8,3 toneladas de esgoto sem tratamento.
Isso porque obras das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) Pombo e Barbosa estão 80% concluídas e entrarão em funcionamento ainda em 2019, garante a Replan Saneamento, responsável por concluir a “obra do século”.
Obras
Reinaldo Pavarini, dono da empresa, revela que a parte “civil” que envolve terraplanagem, concretagem e construções de modo geral, está concluída.
A casa de máquinas já conta com painéis elétricos. A casa de químicos está praticamente pronta, dependendo apenas de acabamento, assim como o prédio do escritório.
As seis lagoas previstas – duas para aeração e quatro de decantação – foram abertas, devidamente impermeabilizadas e começaram a ser cheias nos últimos dias.
“É preciso estar com água para iniciarmos os testes de emissão de oxigênio”, afirma o empresário.
A tecnologia empregada prevê o tratamento inicial do esgoto por meio da aplicação do gás, que faz bactérias agirem sobre os rejeitos antes de ser decantado.
“A instalação do maquinário que faz esse processo é feita por apenas duas empresas na América Latina. Em abril iniciaremos essa etapa”, afirma Pavarini.
Ao todo, diz ele, cada obra conta com a atenção de 30 funcionários diretos, além de outros 30 que atuam em outras atividades fora dos canteiros da ETEs. Ao todo são aproximadamente cerca de 120 pessoas empenhadas.
Desafios
Desde que a obra foi retomada em meados do ano passado, também foi necessário trocar quase a totalidade das mantas que já haviam sido instaladas.
Com a interrupção do serviço na gestão passada, houve a deterioração, assim como aconteceu com outros materiais utilizados na construção.
Para a ligação das tubulações dentro das ETEs, um dos maiores obstáculos foram as rochas deixadas para trás pela construtora OAS que teve seu contrato rescindido em 2015. “Estamos tendo que cortar essas pedras monumentais”, conta o empresário.
Em sua análise, a conclusão das estações só será possível devido a um “grande empenho dos envolvidos, Prefeitura, Caixa Econômica Federal, vereadores e fiscalização”.
Na administração municipal, a expectativa é de que a conclusão da obra histórica terá como resultado um grande salto na qualidade de vida em Marília.