OAB protocola novo pedido de impeachment
O Salão Verde da Câmara dos Deputados foi palco, na tarde de terça-feira (28), de manifestações contrárias e favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, com troca de palavras de ordem envolvendo as duas partes. A mobilização foi motivada pelo pedido de impeachment elaborado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que foi protocolado na segunda-feira na Câmara pelo presidente da entidade, Cláudio Lamachia.
Advogados e manifestantes contrários ao pedido entoavam palavras de ordem, como “Não vai ter golpe”. Os favoráveis ao afastamento de Dilma respondiam com “Fora, PT”. Houve tumulto e empurrra-empurra dos dois lados.
O pedido de afastamento da presidenta Dilma protocolado por Lamachia não aponta um crime de responsabilidade específico, e sim o que o presidente da OAB definiu como “conjunto da obra”.
Entre os elementos citados pela OAB no pedido constam o atraso no repasse de recursos para bancos públicos (as chamadas pedaladas fiscais), base do pedido de impeachment em trâmite na Câmara, isenções fiscais para a Fifa no âmbito da Copa do Mundo de 2014; nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro, com o suposto objetivo de lhe conferir foro privilegiado; e acusações feitas na delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS).
Lamachia protocolou o documento na secretaria da Mesa Diretora da Câmara. Após o ato, ele defendeu a postura da OAB e disse que o pedido se baseia em “critérios técnicos”. Lamachia afirmou que a Ordem dos Advogados não está defendendo o governo ou a oposição. “A Ordem não se manifesta na linha da política partidária e das paixões ideológicas.”
Ao comentar as manifestações na Câmara, Lamachia destacou que a polarização política está levando a “um clima de ódio”, que é ruim para o país. “Precisamos de serenidade, mas, acima de tudo, precisamos de celeridade das instituições tanto nos processos judiciais quanto nos pedidos em trâmite aqui na Câmara”, acrescentou.