‘Nunca vi algo assim. Só em filme mesmo’, diz mariliense que mora na Flórida
Moradora de Lady Lake, condado de Lake na Flórida, Larissa Rosa Henrique Silva se mudou há um ano e um mês para estudar inglês nos Estados Unidos. A família ainda mora no Parque São Jorge, zona sul de Marília.
Sobre a passagem do Furacão Milton, que tocou o solo naquela região nesta quinta-feira (10), contou ao Marília Notícia que, está bem, mas viveu momentos de preocupação e medo.
“Foi bastante preocupante. Fiquei com muito medo. Teve um furacão há 10 dias e ele não passou diretamente aqui. Foi mais uma chuva forte e nada muito preocupante, mas neste domingo soltaram um comunicado sobre o furacão [Milton]. Fui ao supermercado na terça-feira e já não tinha mais água e as prateleiras estavam vazias. Abasteci o carro, mas vários postos não tinham mais combustíveis”, relatou a Larissa.
A jovem narra que a cidade em que mora fica perto de Orlando e não recebeu comunicado de evacuação, mas orientação para não sair de casa. Larissa contou que a energia caiu por volta das 20h e até o momento ainda não foi reestabelecida.
“Entre 22h e 23h, os ventos ficaram muito fortes. Nunca vi algo assim. Só em filme mesmo. Caíram várias árvores aqui perto de casa e não sei como está a cidade inteira, pois ainda não pudemos sair de casa”, pontuou a mariliense.
A passagem do furacão Milton passou pela Flórida, nos Estados Unidos, durante a madrugada de ontem gerou tensão e apreensão entre os moradores e turistas que estavam na região.
Neste quadro, outros marilienses que estavam no local também relataram ao MN como foi lidar com a chegada do fenômeno. Apesar do susto, todos estão bem e ressaltam o eficiente sistema de alerta e preparação do estado.
Robson Ramos, gerente e chef de cozinha, já vive há alguns anos na região de Orlando diz estar acostumado com situações como esta. Ele já havia presenciado, em 2022, a passagem do furacão Ian.
“A gente se prepara como tem que ser, comprando água, alimentos não perecíveis e lanterna. Se tem piscina, é preciso guardar as cadeiras e também não deixar nada nas janelas. Dependendo da área, colocamos os tampões nas portas e janelas. A cidade distribui areia, e a gente fica em alerta com as notícias que chegam a cada 30 minutos no celular e na TV”, explica Ramos.
Ramos relata ainda que, embora a noite tenha sido tensa, com ventos e chuvas intensas, a situação já estava mais tranquila. “Eu estava até agora tomando café e meu outro gerente me ligou. Eu preciso ir lá no restaurante para a gente organizar as coisas lá. Não vamos abrir hoje, mas a gente lacrou o freezer e precisamos arrumar as coisas no restaurante. Hoje [ontem] o clima já está bem melhor, o sol já apareceu”, acrescentou.
Bruno Bigueti, sócio da Blue3 Investimentos, também estava em Orlando durante a passagem do furacão e descreveu a preparação e os cuidados tomados.
“O furacão perdeu força ao tocar em terra e, como estamos no interior do estado, a expectativa era de que ele chegasse como categoria 1, o que aconteceu. O hotel onde estamos tem planos de segurança para ventos de até 250 quilômetros por hora, então nos sentimos seguros”, disse Bigueti.
Ele destacou ainda a eficiência das autoridades locais, que criam alertas e planos para garantir a segurança da população. “Um fato interessante é que o governo remove os pedágios das rodovias para facilitar a evacuação das áreas de risco. A organização aqui é impressionante”, afirmou o mariliense.
Fernando Rodrigues, que está em Kissimmee, uma área próxima aos parques temáticos de Orlando, também passou pela madrugada tensa. “A chuva começou lá pelas 3h, 4h, e os ventos mais fortes vieram logo em seguida. Dei uma volta pela cidade hoje e vi uma árvore caída, mas, apesar do vento, a área onde estou não foi tão afetada. Mesmo morando um ano aqui, entre 1998 e 1999, eu não tinha passado por furacão, não. Foi a primeira vez aí que a gente passou por isso”, revela Rodrigues.