Sexo desprotegido faz crescer número de ISTs em Marília
Aparentemente, a população com vida sexual ativa vem se cuidando cada vez menos em Marília. Isso porque, de 2020 pra cá, o número de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) vem crescendo ano a ano.
Em 2022, já são 169 casos de sífilis adquirida, contra 119 no mesmo período do ano passado, e 57 no mesmo período de 2020.
Outras doenças, como a sífilis em gestantes, e a hepatite, também têm crescido. No caso da sífilis em gestantes foram registrados 79 casos esse ano. No mesmo período do ano passado, eram 45, mais do que o dobro de 2020, quando foram registrados 21 casos. Já os números de hepatite subiram de 4 em 2020, para 9 em 2021, e chegaram a 15 esse ano.
Segundo o médico do Ambulatório de Infectologia dos Serviços de Assistência Especializada (SAE), Amin Ibn Chahrur, uma série de fatores pode estar contribuindo para o aumento de casos de ISTs.
“O primeiro é a não proteção, o não uso de preservativos durante as relações, que é um fator determinante. O preservativo continua sendo um método de contenção de barreira muito eficaz, e nós estamos percebendo que não está havendo uma utilização adequada e eficaz. O segundo motivo é que os sintomas das ISTs mais comuns, e vou incluir a sífilis, como a mais comum e que está aumentando bastante, são sintomas muito incipientes – são sintomas muito iniciais, discretos, e que desaparecem num primeiro momento instantaneamente, o que não significa que houve cura ou remissão da doença. Acho que são esses dois fatores, associados ao receio da Covid, de você ir a uma unidade de saúde e ter contato com alguém positivo com Covid, tudo isso contribui para que ocorra uma infecção maior”, afirma.
Ele ainda salienta sobre a importância dos testes rápidos, com resultados em até vinte minutos, para que as doenças possam ser tratadas de forma adequada. “Nós estamos procurando conscientizar da importância dos testes, em dez ou vinte minutos você já tem o resultado para sífilis, hepatite e HIV”, conclui o médico.
SÍFILIS
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema Pallidum. Os sintomas às vezes são discretos e a procura tardia por tratamento pode causar complicações graves. A doença tem cura e o tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A principal forma de prevenção é o uso do preservativo em todas as relações sexuais (anal, oral e vaginal).
Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, a fim de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê. A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante.
Se não tratada a tempo, a doença pode comprometer o sistema nervoso central, o sistema cardiovascular e órgãos como olhos, pele e ossos. Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, começando com uma ferida no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), denominada de “cancro”. Depois, podem aparecer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
O não tratamento da sífilis pode ocasionar várias outras doenças e complicações, inclusive a morte.
HEPATITE
A Hepatite B, doença sexualmente transmissível, na maioria dos casos, não apresenta sintomas. Por conta disso, muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado, como cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Tais sintomas costumam aparecer apenas em fases mais avançadas da doença.
O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue específico.
COMO PREVENIR
Usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.