Número de casos suspeitos da Covid-19 sobe para 27; um é descartado
Subiu para 27 o número de casos suspeitos de coronavírus na cidade. Novo boletim da Secretaria da Saúde de Marília foi divulgado no final da tarde desta quinta-feira (19).
Em Marília, até o momento, não existe nenhum caso confirmado da Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Segundo a Prefeitura, um dos casos suspeitos, uma mulher de 55 anos atendida pela Copus, foi descartado após reavaliação médica, não sendo mais necessário o exame laboratorial.
Ainda de acordo com as informações do novo boletim, são quatro pessoas internadas, inclusive duas crianças, de 2 e 11 anos.
“É importante lembrar que os exames são realizados somente em São Paulo pelo Instituto Adolfo Lutz, órgão estadual responsável pelos resultados de todo o Estado. Como a demanda está alta, com todas as cidades do Estado enviando material para o Instituto, eles não têm previsão de entrega desses resultados para Marília”, diz nota da Saúde Municipal.
Veja abaixo quadro divulgado pela Prefeitura de Marília.
Exames
Em entrevista exclusiva ao Marília Notícia, na tarde desta quinta-feira (19), a supervisora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, Alessandra Arrigoni, explicou, em detalhes, como funcionam as testagens para Covid-19.
Ela revelou que nova diretriz vai restringir exames. A Saúde municipal, porém, aguarda a formalização da mudança, que deve seguir anúncio do Ministério da Saúde.
Só serão feitas análises laboratoriais de pacientes com sintomas característicos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (que pode ser Covid-19 ou outro vírus, como H1N1, por exemplo).
Quem tiver sintomas brandos receberá orientação para isolamento e será acompanhado, para tratamento dos sintomas. Porém, não terá certeza se teve ou não a Covid-19 até possível recuperação.
Desinformação do poder público estadual
O MN tentou durante toda a manhã e tarde, por dezenas de vezes, contato com o Governo do Estado para obter mais detalhes sobre os procedimentos dos testes e quais eram as recomendações, mas não obteve retorno.
Quem colhe amostras?
As amostras para o exame de Covid-19 são colhidas nos hospitais e unidade de saúde, com uma espécie de cotonete flexível, nas narinas esquerda e direita do paciente, e também da região orofaringea (próxima à base da língua). O material biológico – saliva e outras secreções – são colocados em um tubo.
É preciso manter a amostra sob temperatura entre 4 e 8 graus, imersa em soro. Em seguida, o tubo na temperatura adequada é encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz de Marília, que repassa ao laboratório central do órgão, localizado em São Paulo.
Um profissional biomédico é responsável pela análise. “No início observamos que os resultados estavam saindo com até três dias. Mas certamente essa demanda aumentou muito e agora estão pedindo até sete dias de prazo”, relata Alessandra Arrigoni.
Marília, por exemplo, não recebeu nenhuma resposta do Instituto Adolfo Lutz. O caso descartado na tarde desta quinta-feira (19), foi mediante reavaliação clínica.
Kits de análise
Em função da limitação de material e grande demanda, os exames vão começar a ser feitos em pacientes com sintomas graves ou com vínculo epidemiológico.
“Há muitos casos que a pessoa relata sintomas, está com quadro respiratório, mas não tem critérios para colher exame. Um destes critérios, nesse momento da pandemia – aqui na nossa região – é o vínculo epidemiológico. Temos atendido casos de pessoas que não têm e insistem no exame por desinformação”, disse.
As análises do Instituto Adolfo Lutz para Covid-19 são feitas pelo método “Reação em cadeia pela polimerase”, conhecido do inglês pela sigla PCR, que isola o RNA viral.
É o exame considerado mais preciso para identificar o agente causador da doença. Também é usado para outras patologias provocadas por vírus, como influenza, dengue e sarampo.
Diante da previsão de uma escalada nos casos do novo coronavírus, o Ministério da Saúde afirma que pretende ampliar o número de kits de diagnóstico, inclusive com importação de produtos que prometem testagem mais ágil.
Medicação
Não existe, segundo Alessandra Arrigoni, medicamentos específicos para o Covid-19. “Já sabemos, porém, o que não pode ser ministrado . Há contraindicações, por exemplo, do uso de corticoides e do ácido isobutilpropanoicofenólico – o Ibuprofeno.
“Enquanto as pesquisas avançam para identificar uma forma específica de combater o vírus, os pacientes estão sendo tratados, entre outros medicamentos, com o antiviral Oseltamivir (Tamiflu, usado em pessoas com H1N1), porque não dá tempo de esperar”, destaca Arrigoni.
Respiradores
Esclarecendo as principais dúvidas da população, a supervisora da Vigilância Epidemiológica de Marília, explica que um dos grandes desafios deve ser a disponibilidade de respiradores, para os pacientes que vão necessitar de internação.
“As recomendações internacionais são de intubar o quanto antes o paciente que necessitar, e em pressão negativa. Esse recurso – equipamentos a vácuo – reduzem significativamente o risco de infeção do paciente e, inclusive, é mais seguro para os profissionais da equipe”, afirma.