Número de casas nebulizadas em Marília cai 86%
O número de casas nebulizadas em Marília, no primeiro trimestre deste ano, foi 86% menor do que no mesmo período de 2017. O número de casos de dengue confirmados, no entanto, teve aumento de 13 para 17 de um ano para o outro em relação aos três primeiros meses.
Dados sobre a nebulização foram obtidos pela reportagem do Marília Notícia em consulta ao sistema de relatórios da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias). Já os casos confirmados foram informados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Em tese, por conta do aumento de casos confirmados, deveriam ter ocorrido mais nebulizações, já que essa forma de controle do aedes aegypt é utilizada em uma área de 150 metros de onde vivem pacientes com exame positivo para dengue.
Marília vive atualmente um risco de surto, já que o último Liraa (Levantamento rápido de índices para Aedes aegypti) encontrou mais larvas do aedes do que a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera satisfatório ou enquadra como situação de alerta.
A nebulização também é utilizada, por exemplo, em casos de febre chikungunya e quando há localização de macacos mortos por conta de suspeita de febre amarela. A utilização desenfreada desse recurso, porém, merece atenção, já que os mosquitos acabam adquirindo resistência ao inseticida.
Em outubro de 2017 o MN publicou reportagem sobre a contratação da empresa Bump Impermeabilização e Dedetização LTDA, com sede na cidade de Lins, pelo valor de R$ 729.577,44 para realizar a nebulização no município.
A intensificação do serviço estava prevista para os primeiros seis meses de 2018. De acordo com a Prefeitura, seriam empenhadas mais seis equipes para reforçar o quadro próprio da Divisão de Zoonoses.
“A empresa atuará com veículos (incluindo caminhões) e, além do combate ao Aedes Aegypti, também ofereceu ao município apoio para as ações relacionadas ao mosquito-palha, que transmite a leishmaniose”, disse a administração municipal na ocasião.
Naquela época, a Prefeitura também afirmou que a contratação não substituiria a necessidade de intensificação nas visitas domiciliares e ações de bloqueio já realizadas pelos ACSs (Agentes Comunitários de Saúde), Agentes Comunitários de Endemias (ACEs) e ACZs (Agentes de Controle de Zoonoses) do município.
Na análise do primeiro trimestre de 2018 a realização dessa promessa se confirma. Informações dos relatórios do Sucen indicam que a intensificação casa-a-casa aumentou significativamente, de 624 imóveis vistoriados entre janeiro e março de 2017 para mais de 10 mil nos primeiros meses deste ano.
No entanto, vale lembrar, como dito acima, que mesmo com essa intensificação, a quantidade de larvas encontradas em Marília nos últimos meses colocam a cidade em situação de risco de surto. É preciso a ajuda fundamental da população nesse sentido.
Levantamento recente feito pelo MN também mostrou que em fevereiro foram encontrados mais de 3,5 mil recipientes com água parada pela cidade.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde foi procurada para comentar a questão e informou que até o final do dia enviaria uma resposta.