Novos leitos de UTI não devem estar prontos até a próxima quinta
A região de Marília espera a instalação de 25 novos leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) específicas para tratar pacientes com Covid-19, porém, a expectativa é que apenas cinco deles estejam ativos até a próxima quinta-feira (4), quando os dados serão tabulados para a reclassificação do Plano São Paulo.
A ocupação da estrutura hospitalar é um dos principais indicadores para que a região possa sair da fase vermelha.
Estão previstos 20 novos leitos para Marília; 10 no Hospital Beneficente Unimar (HBU) e 10 no Hospital das Clínicas (HC). Os outros cinco são destinados para a Santa Casa de Ourinhos e foram anunciados há mais de 15 dias.
O secretário municipal da Saúde de Marília, Cássio Luiz Pinto, acredita que os 20 leitos anunciados no começo dessa semana para Marília, ainda não estarão ativos até o final da semana que vem.
A reportagem do Marília Notícia também conversou com fontes do HC, que não arriscam prazos, mas não veem os leitos instalados de forma imediata.
“Temos um prazo do fornecedor de 20 dias para entregar os respiradores, esse prazo começou a contar dia 25 de janeiro. Nesse momento dependemos do fornecedor”, disse a superintendente do HC, Paloma Aparecida Libânio Nunes.
No Hospital da Unimar, como ocorre nos demais, um dos gargalos é a disponibilidade de profissionais. Até a quarta-feira (28) a instituição ainda aguardava comunicado oficial do Estado sobre os novos leitos.
A instituição precisa contratar médicos, um psicólogo, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos em enfermagem, auxiliares de farmácia e agentes de limpeza, antes de ativar mais leitos.
Demora em Ourinhos
As novas instalações em Ourinhos fazem parte de um incremento comunicado pelo Governo de São Paulo quando a região entrou na fase vermelha. No dia 19 de janeiro foi publicado no Diário Oficial do Estado a Portaria do Financiamento dos novos leitos, com custo de R$ 720 mil, pelo período de três meses.
Os cinco novos respiradores já foram recebidos e apresentados pelo hospital à imprensa, mas a estrutura ainda não entrou em funcionamento. O hospital – 10 leitos de UTI Covid – tem taxa de ocupação em 100% há quase dois meses.
Na mesma época do incremento em Ourinhos foram anunciados cinco novos leitos para a Santa Casa de Paraguaçu Paulista, dez no Hospital Regional de Assis e quatro no Hospital das Clínicas de Marília. Todos já foram ativados.
A reportagem do MN questionou a Santa Casa de Ourinhos, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição. Já a Secretaria da Saúde do município informou que “aguarda a ativação para os próximos dias”.
No limite
O secretário municipal da Saúde de Tupã, Miguel Ângelo de Marqui, disse que a situação em sua região é complexa e sem perspectivas em curto espaço de tempo para mais vagas.
“O problema não é só espaço físico, mas a contratação de funcionários”, disse.
Segundo ele, o último processo de seleção do hospital local revelou que existe temor dos trabalhadores. “As pessoas têm medo. Quando ficam sabendo que é para UTI Covid, desistem”, lamenta.
Marqui disse que um dos municípios vizinhos, Bastos, manifestou intenção de abrir leitos e reforçar a microrregião, porém nenhuma ampliação é esperada para esta semana.
A secretária municipal de Saúde de Assis, Cristiani Silvério Bussinatti, disse que a ocupação dos novos dez leitos no Hospital Regional de Assis foi rápida. Ocupação tem variado entre 70% e 90%.
“Não vemos condições, no momento, para ampliação. Acabamos de ter esse incremento e nosso apelo à população é que nos ajude a parar a transmissão”, disse a secretária. A cidade de Assis também está cumprindo a fase vermelha do Plano São Paulo.
Atualmente a região tem 143 leitos de UTI Covid para o SUS, distribuídos em 12 hospitais. O maior aparelho é o HC de Marília, com 30 leitos (previsão de 40 até dia 15 de fevereiro).
Os menores são a Santa Casa de Osvaldo Cruz e o Hospital São Lucas de Garça.
A rede regional é formada por dois hospitais-escola (um público e um beneficente); um hospital estadual, oito Santas Casas e uma associação beneficente hospitalar.
O potencial imediato da região até a próxima quinta-feira (4), conforme fontes ouvidas pelo site, é a ativação de cinco novos leitos em Ourinhos, elevando para 148 leitos públicos.
Para sair da fase vermelha, a região precisa reduzir a ocupação dos leitos em terapia intensiva em pouco mais de 8%, de 83,4% para 75%.