Nova alta dos combustíveis complica ainda mais o mariliense
A Petrobras anunciou um novo aumento no preço do diesel e da gasolina. Os novos valores passam a valer a partir deste sábado (18), em todas as distribuidoras de combustíveis.
O litro da gasolina passou de R$ 3,86 para R$ 4,06, com aumento de 5,18%, enquanto o diesel subiu de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, totalizando alta de 14,26%. O novo aumento deve impactar, mais uma vez, todos os preços da cadeia produtiva, incluindo os produtos nos supermercados, reduzindo o poder de compra do mariliense, principalmente dos assalariados.
Quando o mariliense começava a perceber a redução no preço da gasolina, que em média passou de R$ 6,91 – na primeira semana de maio – para R$ 6,78 do dia 5 de junho ao dia 11 de junho, com queda de apenas 2%, segundo dados divulgados pela pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, chega um novo aumento para o combustível.
Para quem possui veículo flex, atualmente, compensa abastecer com etanol. É que em média, ainda conforme os últimos dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do combustível à base da cana-de-açúcar está em R$ 4,66. Dividindo pelo valor do preço do derivado do petróleo, chegasse ao valor aproximado de 69%. A gasolina começa a compensar quando o cálculo atinge mais de 70%.
Já o diesel, no começo de maio, custava em média, R$ 6,61 por litro. Ele apresentou o ápice entre os dias 22 e 28 de maio, com o preço médio por litro atingiu R$ 6,96, mas caiu quase 3%, chegando ao valor de R$ 6,77 na semana entre os dias 5 e 11 de junho. Agora, terá aumento de 14,26%.
O motorista de aplicativo Alexandre Rafael Salem conta que roda aproximadamente 200 quilômetros por dia em Marília. Ele abastece rigorosamente todos os dias e gasta em média R$ 3 mil com combustível. Atualmente está enchendo o tanque com etanol, mas está preocupado com a situação.
“Fico muito preocupado cada vez que vai ter um novo aumento. Sempre que sobe o valor do combustível, o nosso gasto aumenta, a nossa renda diminui. Na verdade, sobe tudo. O transporte influencia em tudo, até na parte de alimentos. Tudo fica mais caro”, afirma o motorista.
Para o economista Junior Guedes, o novo aumento deve ter reflexo direto nos produtos que os marilienses compram nos supermercados. Quem mais sofre com o novo aumento é a população mais pobre e o assalariado em geral, que não consegue alternativa para fugir da inflação, que reduz cada vez mais o poder de compra.
Nos últimos cinco anos, a inflação oficial do Brasil cresceu de forma cada vez mais forte. Em 2018, o IPCA foi de 3,75%. Essa mesma taxa saltou para 10,06% em 2021. De março de 2017 a março de 2022, o real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra. Isso significa que com o mesmo valor, o brasileiro consegue comprar apenas dois terços do que comprava naquele ano.
“O problema da gasolina e diesel é muito traumático para a população de baixa renda. Quem é assalariado, pensionista, que vive com um ou dois salários mínimos, não tem como repassar isso, para se cobrir do aumento de combustíveis. Se o produto subir 10% no supermercado, esses 10% pegam o cara em cheio. Se você é empresário ou profissional liberal, você pode aumentar o seu honorário, aumentar o preço do produto na sua loja e consegue sair desses aumentos de forma menos traumática”, finaliza o economista.