Nos 92 anos de Marília, Daniel fala sobre seu legado para futuras gerações

Prefeito Daniel Alonso (PSDB) em celebração ao aniversário de Marília ainda em 2020 (Foto: Divulgação)
Marília completa 92 anos de fundação neste domingo (4), consolidada como uma das principais cidades do interior paulista e do Brasil. Por força da ocasião, o Marília Notícia fez uma entrevista exclusiva com o prefeito Daniel Alonso (PSDB).
Entre os temas da conversa, transcrita abaixo, estão a situação atual da crise na saúde pública, fatos históricos da cidade, prognósticos para os próximos anos e o legado que o atual chefe do Executivo pretende deixar para as futuras gerações.
Marília Notícia – Marília chega aos 92 anos no momento mais delicado da pandemia. Como o senhor encara isso?
Daniel Alonso – Encarar essa pandemia tem sido um grande desafio e é o que estamos fazendo desde o primeiro momento. Saímos na frente na rede de referência da Covid, a começar com o fortalecimento da atenção primária. Isso veio a acontecer nas demais cidade 90 dias depois do nosso modelo implantado em Marília, sempre buscando uma estrutura de atendimento diferenciado. É claro que neste momento a pandemia explodiu em nível nacional. Mais de 600 pessoas já morreram à espera de um leito no Estado todo e isso é muito triste. Nossa luta é pela ampliação de leitos e ao mesmo tempo o equilíbrio das atividades econômicas, que não pararam. Claro que com todas as restrições, evidentemente, mas está todo mundo trabalhando.
MN – Apesar da pandemia, quais são os principais pontos a se destacar sobre a cidade nestes 92 anos?
DA – Em meio a toda essa pandemia, ao desemprego recorde nacional, os conflitos ideológicos e políticos que estamos vivendo, nós não paramos. A cidade investiu, investiu muito, investiu certo. A ‘Obra do Século’ foi refeita e concluída, a obra do esgoto. A troca de iluminação LED é um grande avanço para nossa cidade, modernidade, segurança e economia. A ampliação da nossa estrutura de saúde, as 15 novas unidades que a gente construiu e entregou. Investimento na Educação, isso não parou. Recuperação do pavimento, das ruas, avenidas, interligações… Obras, muitas obras estão acontecendo na cidade.
MN – Qual deve ser o principal motivo de orgulho para os marilienses nesta data?
DA – Motivo de orgulho nós temos muitos, mas eu destacaria o fato de Marília ser a capital da Alta Paulista. Desde a sua fundação, Marília sempre foi a porta de entrada de todo esse interior que foi desbravado. Hoje a gente acompanha o desenvolvimento de todo o nosso interior, e tudo passou por Marília, na educação, na saúde, na industrialização. Todos os ciclos a cidade soube muito bem aproveitar. Primeiro o ciclo do café, do algodão, ou seja, o ciclo da agricultura. O município foi pioneiro neste desbravamento, seguindo da industrialização do interior, que Marília mais uma vez saiu na frente. Hoje estamos vivendo um grande ciclo importante, que é o ciclo do conhecimento, da tecnologia, com nosso Parque Tecnológico que vai ser um grande diferencial. Continuamos com uma indústria forte, somos a ‘Capital do Alimento’, referência em saúde e educação. E agora vem o turismo. Aguardem, que nós vamos avançar nessa área aí.
MN – Qual o fato ou aspecto histórico envolvendo Marília mais chama a atenção do senhor?
DA – A própria história. Se a gente voltar lá atrás, em 1929, a grande depressão econômica que afetou todo o Brasil, afetou a economia, baseada no café, e junto com isso vieram mudanças de ordem política. A revolução de Getúlio Vargas, a mudança de rota. Antes era a política do “Café com Leite” e de repente veio o “Varguismo”. Marília vai se desenvolvendo em meio a tudo isso. Em seus três primeiros anos, Marília teve dez prefeitos por causa das mudanças, da instabilidade. A própria fundação de Marília, por dois grupos políticos, na época os Mirandas e os Abreus. De um lado Marília, do outro, Alto Cafezal. Esses dois grupos competindo, ajudou a desenvolver a cidade. Essa rivalidade foi positiva, muito parecida com o que a gente vive hoje. Esse aspecto de competir para melhor servir a cidade, é muito bom e é uma característica da cidade ao longo de todo esse tempo.
MN – Quais medidas vêm sendo tomadas para manter viva e preservada a história da cidade?
DA – A reforma dos nossos museus, todo o Centro Cultural onde vamos concentrar tanto o Museu de Paleontologia, quanto o Museu Histórico. O chamamento que estamos fazendo para poder fazer a gestão disso de forma profissional, abrindo aos finais de semana. Contar a história de Marília é algo que a gente precisa fazer e saber fazer. É uma história progressista, de luta, e Marília está para toda a região, assim como São Paulo, a capital, está para o Estado. Como diz Geraldo Alckmin, ‘Marília é a esquina do mundo’.
MN – Como o senhor avalia que a cidade vá estar daqui a 12 meses, no aniversário de 93 anos? E mais além, qual o prognóstico que o senhor faz para o centenário do município? O que teremos de avanços até lá?
DA – Com certeza daqui a um ano as coisas estarão melhores. Eu acredito que este pico da pandemia deve começar a baixar em meados da segunda quinzena do mês de abril e com a aceleração da imunização, daqui a um ano vamos estar livres dessa situação. E com a retomada da economia, isso vai acelerar o crescimento e o desenvolvimento da cidade. A gente vê os números, abertura de empresas, geração de emprego, crescimento do nosso PIB, a própria arrecadação, mesmo com a pandemia, mostra o crescimento. Isso vai tomar uma proporção que vai ser muito interessante daqui a um ano. A quantidade de projetos imobiliários que temos recebido é enorme. São investidores dos quatro cantos do Brasil e esse pessoal faz pesquisas, já percebeu o potencial da cidade. A própria gerência Caixa Econômica Federal comemora o fato das agências de Marília serem algumas das mais pujantes do Brasil.
Já o nosso centenário vai ser lindo, com certeza. Vamos manter viva essa relação com as cidades-irmãs japonesas, para comemorar isso juntos. A colônia japonesa também tem uma importância muito grande para nossa cidade. O legado é a cidade ‘Símbolo de Amor e Liberdade’, porém desenvolvida, que faz sua parte no que diz respeito à sustentabilidade. O cuidado com o meio ambiente, acho que é a grande bandeira do governo. Desenvolvimento sustentável, é isso que vamos buscar e vamos avançar já no segundo semestre deste ano. Resgatar espaços de convívio familiar, investir nas praças, nos parques, no resgate dos nossos córregos, da nossa natureza, dos nossos vales, tudo o que temos de belo, e deixar como legado para as próximas gerações
MN– Qual o principal legado que o governo do senhor vai deixar para Marília?
DA – O legado principal estará ligado às atividades econômicas que vão crescer muito: tecnologia e turismo.