“Ninguém queria vender para a Codemar, estava com credibilidade zero”, diz Tatá
O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Marília (Codemar), Claudirlei Santiago Domingues, conhecido como Tatá, declarou ‘guerra’ contra os buracos após o período de chuvas que castigou o asfalto de ruas e avenidas.
Casado com a farmacêutica Luciana Ferreira Domingues, Tatá, de 57 anos, tem três filhos, sendo um do primeiro casamento, Lorenzo, de 26 anos, e dois com a atual esposa: Leonardo, de 19 anos, e Lucas, de 16.
Tatá veio trabalhar em Marília em 2017, a convite do prefeito Daniel Alonso (PL), após ser candidato a prefeito em Pompeia, sua cidade natal, ocasião da eleição do primeiro mandato da prefeita Tina Escorce (PSD). Na cidade vizinha, foi vereador e presidente da Câmara pelo Partido Verde (PV).
Claudirlei Santiago Domingues é o entrevistado da semana e destaca os desafios enfrentados para a regularização das finanças da Codemar, que hoje não só atua no ramo de asfalto, mas também estendeu atuação para o segmento de obras de praças públicas.
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MN – Como o prefeito Daniel Alonso te conheceu?
TATÁ – Eu tinha uma empresa em Pompeia e comprava produtos da área de construção na Casa Sol. O Daniel me conhecia como Claudirlei e não como Tatá vereador de Pompeia. Numa certa oportunidade, ele procurou um gestor para a Codemar e lembrou da nossa parceria empresarial. Ele pesquisou sobre meu trabalho em Pompeia e me chamou para conversar. Daniel teve boas referências sobre meu nome, na área de gestão pública e política, e resolveu me dar esta oportunidade. Aqui estou, há quase oito anos.
MN – A Codemar passou por transformações na sua gestão?
TATÁ – Com toda certeza. Ninguém queria vender para a Codemar, que estava com credibilidade zero perante os fornecedores. Muitos tomaram calote e estávamos cheios de dívida para pagar. Então, quando cheguei, elenquei todos os problemas e fui sanando um a um, para retomar o poder administrativo da companhia. Dei garantia de pagamento para tudo que a gente comprava e, juntamente com nosso corpo jurídico e apoio do prefeito Daniel, projetamos um novo rumo administrativo. Apresentamos um Plano Diretor, que foi aceito e colocado em prática pelo Daniel.
MN – A autarquia tem alguma ação trabalhista atualmente?
TATÁ – Não temos nenhuma ação trabalhista no momento, todos os impostos e refis estão em dia, bem como todas documentações e certidões, e estamos aptos para prestar serviços para o município, Governo do Estado e União. Todos os funcionários também estão com seus direitos adquiridos, salários, férias, 13º, vale-alimentação e cesta básica rigorosamente em dia. Os fornecedores, em ordem cronológica, todos com pagamento em dia.
MN – Quando efetivamente as contas foram colocadas em ordem?
TATÁ – A partir de 2022 atingimos uma normalidade nas finanças da autarquia, que é uma sociedade de economia mista, de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para o exercício de atividade econômica. A Prefeitura de Marilia detém 95% de suas ações, mas estamos aptos para prestar serviços privados em condomínios e outros territórios. Para administrar a Codemar, tenho apoio do meu diretor-adjunto (vice-presidente), Sandro Espadoto, que faz um trabalho exemplar.
MN – A Codemar possui uma usina própria?
TATÁ – Sim, inclusive iniciamos a manutenção e a otimização da nossa usina de asfalto que está localizada na SP-333 (rodovia Rachid Rayes). Embora seja uma usina antiga, de 1973, hoje funciona muito bem e produz 250 toneladas de asfalto por dia, graças ao trabalho de reestruturação de equipamentos dentro das normas ambientais da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
MN – Como é composta a equipe da Codemar?
TATÁ – São funcionários antigos, com mais de 30 anos de empresa e vasta experiência técnica. São 50 trabalhadores efetivos, 39 terceirizados e 15 reeducandos.
MN – O que vocês estão fazendo para combater os buracos? Também realizam recapeamento?
TATÁ – Estamos com seis equipes de asfalto na operação de tapa-buracos, concomitantemente com duas equipes operando uma retroescavadeira e cortadeira de pisos, além de caminhões para “bota fora”, de solo e cimento, para correção de grandes buracos. Outra equipe está atuando nas obras de guias e sarjetas, na avenida João Martins Coelho e em breve vai começar a trabalhar nas ruas Maria Cecília Alves e Joaquim Cavina. Também realizamos os serviços de sarjetões e cumprimos contrato com a Secretaria Municipal de Obras para recapeamento de determinadas vias públicas.
MN – Recentemente, a Codemar se destacou pelas obras de praças?
TATÁ – O prefeito Daniel confiou na Codemar para a implantação da nova praça Maria Izabel, perto da Catedral São Bento, na rua 9 de Julho. Hoje é uma realidade e referência para as empresas de comunicação, que registram imagens e cartões de visita na praça. É um ambiente moderno, com fonte de água e que trouxe prosperidade para Marília. O sucesso no Maria Izabel influenciou outra obra, que foi a praça do Continental, nas proximidades da Via Expressa, na zona sul da cidade. Ali era um pasto cheio de carrapatos e dejetos, mas hoje é uma moderna praça com equipamentos de lazer, atividade física, atrações culturais, quadras de vôlei e futebol, e brinquedos para as crianças. Também fizemos uma pista de cooper em Padre Nóbrega e uma pequena praça no Jardim Julieta, na região norte.
MN – A Codemar vende asfalto para outros municípios?
TATÁ – Comercializamos massa asfáltica para empresas e fornecemos este produto para 12 municípios vizinhos, além de prestação de serviços para condomínios. Meu eterno agradecimento primeiramente à Deus, e ao prefeito Daniel e sua equipe de secretariado por acreditar em nosso trabalho. Agradeço ainda aos vereadores da Câmara pela aprovação de leis em prol do avanço da Codemar e a todos os funcionários e corpo técnico aqui da empresa, porque sem eles, os serviços não acontecem. Gratidão.