Negão discorda de gasto com auditoria e sofre pressão na CPI
Divergência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid em Marília já gera pressão para a substituição do vereador Ivan Negão (PSB), que tem função estratégica como relator. O parlamentar não concorda com a contratação de auditoria que pode custar R$ 350 mil aos cofres públicos.
Ivan protocolou na tarde desta quinta-feira (6), poucas horas após a apresentação do requerimento de contratação, um pedido para que sua assinatura seja retirada do documento. Ressalta ainda que não abandona o propósito de investigar, mas considera o gasto com auditores desnecessário.
“Em breve reanálise, este vereador relator, solicita a retirada de sua assinatura, ante entender prematura a necessidade da citada contração, eis que aguarda o agendamento das oitivas sugeridas e documentos solicitados, gerando economia aos cofres públicos”, escreveu.
Nos bastidores, a discordância de Negão foi considerada uma “ameaça aos trabalhos”, com “pressões internas” para que abandone a relatoria. Até o presidente da Câmara, Marcos Rezende (PSD), teria sido procurado, para que substituísse o vereador divergente.
A articulação teria como epicentro o gabinete do presidente da CPI, que também preside a Comissão de Acompanhamento da Câmara à Crise de Covid-19, o vereador Elio Ajeka (PP), inclusive com menção à influente assessor do parlamentar.
O objetivo – conforme fontes do MN – seria afastar Negão da função estratégica e promover Vânia Ramos à relatoria, o que eliminaria a divergência e aumentaria o controle do próprio Ajeka e de aliados sobre o encaminhamento da investigação.
A vereadora nega veementemente que teria interesse na função ou que teria participado de qualquer tipo de “pressão interna a Ivan”, para a troca das cadeiras.
Vânia também afirma desconhecer, até o momento em que foi abordada pela reportagem, o pedido de Negão para que a Comissão desista da contratação de auditoria, de forma inicial.
Uma fonte do site, com trânsito em vários gabinetes, confirmou a pressão tanto ao vereador divergente quanto ao presidente da Câmara. “O Rezende não vai fazer isso. Teria que ter uma justificativa, não simplesmente porque ele (Ivan) discorda dessa contratação”, admitiu o interlocutor.
Já o parlamentar alvo da articulação disse, por meio de sua assessoria, que “não sofre pressão pessoalmente, mas ouviu rumores”.
Elio Ajeka ainda não retornou ao pedido de informações do site. O espaço segue aberto à manifestação.