Saiba como a terapia nutricional pode auxiliar no tratamento de cânceres
Como já citado por essa coluna em ocasião anterior, estudos apontam que, até 2030, o câncer tende a ser a principal causa de morte evitável entre a população mundial. E, com o aumento do número de pacientes com tumores de cabeça e pescoço, a nutrição segue fundamental no tratamento.
O trabalho do nutricionista se mostra essencial na busca de trazer melhor qualidade de vida a estes pacientes, que tendem a estar mais susceptíveis a casos de desnutrição devido a dificuldades na mastigação e deglutição de alimentos, além dos quadros de depressão, jejum prolongado, disfunção gastrointestinal e outros efeitos do tratamento em geral.
A fim de evitar maiores complicações decorrentes da desnutrição, a nutricionista Natália Mayara Figueiredo, especialista em nutrição clínica e saúde da mulher – que também atende na InMulti -, observa a importância do acompanhamento nutricional dos pacientes com quadros do tipo.
MN: Como o acompanhamento nutricional pode influenciar a imunidade destes pacientes?
Natália: Uma avaliação multidisciplinar é imprescindível para o sucesso da terapia e da qualidade de sobrevida deste paciente. Para tanto, a avaliação nutricional desempenha papel importante e garante a manutenção orgânica do paciente que, quando incapacitado de manter seu quadro nutricional, é submetido à Terapia Nutricional (TN) por via enteral (pela boca), parenteral (fora do trato gastrointestinal) ou ainda parenteral total (cateter ou veia), até que se estabeleça condições de nutrição satisfatórias de forma natural.
MN: O que é e como a Terapia Nutricional ajuda?
Natália: A TN é uma ferramenta de apoio essencial ao tratamento antineoplásico [tratamento de fármacos derivados da platina], visto que a adequada condição nutricional do paciente pode melhorar as respostas ao tratamento oncológico, evitar/minimizar riscos infecciosos, reduzir a morbilidade e garantir a qualidade de vida e/ou sobrevida aos pacientes.
MN: Dos cânceres de cabeça e pescoço, quais são os mais comuns?
Natália: Destes, 40% ocorrem na cavidade oral, em mucosas da boca (lábios, base da língua, língua, assoalho bucal e céu da boca); 15% faringe; 25% na laringe e 20% nos demais sítios remanescentes (glândulas salivares, tireoide).
MN: Como a parte nutricional destas pessoas pode ser afetada?
Natália: São frequentes os relatos de desnutrição em pacientes oncológicos, especialmente dadas as alterações metabólicas, as quais a gravidade e frequência variam de acordo com o estágio do tumor, geralmente relacionado entre 30% e 80%, sendo considerado grave em 15% destes, nos quais relaciona-se perda de peso maior que 10% em seis meses.
O próprio diagnóstico da doença pode levar a um período de ansiedade e angústia, determinando um quadro de depressão, que junto com os sintomas somáticos, catabolismo e tratamento. Ainda relacionam-se a isso a dificuldade mecânica para mastigar e deglutir alimentos, o jejum prolongado (exames pré e/ou pós-operatório) e os efeitos do tratamento oncológico (radioterapia, quimioterapia, cirurgia e imunoterapia).
MN: Como a Terapia Nutricional pode ser feita?
Natália: As vias de administração da TN são preferencialmente a nutrição que utiliza suplementos ou dietas nutricionalmente completas por via oral ou sonda nasoenteral. Uma das maiores vantagens refere-se a menor risco e menor custo.
Desta forma, é imprescindível o acompanhamento de um nutricionista no tratamento de pacientes oncológicos.
Mais informações podem ser obtidas na Clínica InMulti, na rua Carlos Botelho, 703, ou pelos telefones (14) 3433-6198 ou (14) 99162-7550.
Até a próxima!
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Dra. Natália Mayara A. Figueiredo é nutricionista, especialista em nutrição clínica e saúde da mulher (CRN-SP 58451)