“Não temos dinheiro para investimento”, diz Levi Gomes
Reformas em escolas e postos de saúde são alguns pontos do orçamento 2017 que devem ser cortados. A afirmação é do secretário municipal da Fazenda, Levi Gomes, em entrevista ao Marília Notícia após audiência pública realizada nesta quarta-feira (31) na Câmara Municipal.
No evento foi apresentada demonstração e avaliação das metas fiscais do primeiro quadrimestre do exercício de 2017 e a notícia não é boa: houve queda na arrecadação em comparação com o mesmo período do ano passado.
As receitas totais da Prefeitura computaram R$ 205,6 milhões entre janeiro e abril deste ano. De acordo com secretário do Planejamento Econômico, Bruno de Oliveira Nunes, que fez a apresentação dos dados, a redução é superior a 3% em relação a 2016 quando se leva em consideração a inflação do período.
“Fora a queda na arrecadação, o orçamento foi completamente mal feito [pela última administração]. Mais cortes serão necessários, além daqueles que já estamos fazendo. Não temos dinheiro para investimento nenhum”, disse Levi.
De acordo com a dupla que cuida das contas municipais, um projeto de lei com modificações realistas no orçamento municipal deste ano será enviada para a Câmara em breve.
Despesas
O problema com investimentos já pode ser sentido nos primeiros quatro meses de 2017. A administração municipal empenhou R$ 5,1 milhões para esse fim. No ano passado, o valor nominal (sem a inflação) foi de R$ 21,9 milhões no mesmo período – pelo menos quatro vezes mais.
“Isso é reflexo da falta de recursos próprios e convênios ainda não firmados”, comentou Bruno. O total de despesas também caiu significativamente na comparação com 2016.
Empenho significa a obrigação de pagamento pendente. No primeiro quadrimestre do ano passado foram empenhados R$ 229 milhões – sem considerar a inflação desde então. Agora, o valor dos gastos – que engloba os investimentos – foi de R$ 213 milhões.
Além disso, os representantes do Executivo afirmam que, das despesas entre janeiro e abril, quase 25% são referentes aos “restos a pagar”. Ou seja, R$ 59,4 milhões pagos pela Prefeitura no primeiro quadrimestres são referentes a contas feitas pela última gestão.
Até o final do período analisado foi pago R$ 34% do total do que ficou para trás.